Toda a Europa e os seus Estados Membros estão a prosseguir políticas económicas, financeiras, orçamentais, fiscais, etc., que visam a recuperação da confiança dos mercados. Porém, o que se constata é que nenhuma política consegue esse resultado. Se é restritiva é porque é depressiva e vai reduzir o consumo e, por isso, os mercados reagem mal; se é expansiva, é porque é inflcionária e, por isso, os mercados reagem mal. É preso por ter cão e preso por não ter cão. Haja o que houver, faça-se o que se fizer, o resultado é sempre o mesmo: taxas sempre e sempre mais altas.
Commonsense acha que isto é um nonsense. Partir do princípio de que os mercados são suscetíveis de ser convencidos e que, se a política for virtuosa, as taxas baixarão é uma ingenuidade.
Os mercados não são juízes imparciais e independentes, não são o «Deus na terra». Os mercados ganham dinheiro quando as taxas sobem e perdem quando descem. E os mercados estão bem pouco interessados na excelência das políticas económicas, financeiras, orçamentais, fiscais, etc. que os Estados Membro, os Bancos Centrais e o BCE adotem. Eles querem é ganhar dinheiro!
Por isso, as taxas subirão sempre que algum estado Membro, Banco ou seja quem for tiver necessidade de lhes pedir dinheiro. É a lógica do agiota, aproveitar as oportunidades...
A única solução é mesmo não recorrer aos mercados. E aí tem Merkel razão quando quer que seja introduzida nas Constituições dos Estados Membros a proibição das políticas orçamentais desequilibradas. Mas é preciso também impedir os Bancos de o fazerem, estabelecendo limites quantitativos ao individamento e à concessão de crédito em função do valor dos depósitos e dos capitais próprios.
Fora disto, por mais que se faça ou não faça, os porta-vozes dos mercados, a imprensa económica, dará sempre a resposta do costume: too litle too late.