quinta-feira, 19 de maio de 2011

esta terra não é para gente séria

Discutindo as eleições, disse-me um amigo que o mal de Passos Coelho é a sinceridade e a seriedade. Não se pode ser assim em eleições. É preciso ser como o Sócrates, mentiroso e falso. Acrescentou, condescendente: Passos Coelho é um bom rapaz!
 A discussão acabou porque eu não respondi. Não há como o silêncio para terminar uma discussão.
 Mas ele insistiu e eu confessei. Realmente, eu não sou desta terra. Não gosto da Palestina do Ocidente, da Faixa de Gaza da Península Ibérica. Esta terra não é para gente séria. E repeti: eu não sou desta terra.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

John le Carré

Esta história do Dominique Strauss-Kahn é digna dum livro do John le Carré.
 Notem bem que foi o que aconteceu com Julian Assange, Dominique de Villepin, Giscard d'Estaing, Helmut Kohl, Jacques Chirac.
 Todos os líderes europeus que não são capachos do norte-americanos são arrumados da mesma maneira: com processo judiciais montados e uma comunicação social imbecil. 

Mickey Mouse justice

Os americanos costumam chamar á justiça praticada no terceiro mundo "Mickey Mouse justice".
 A expressão é depreciativa e aplica-se aos tribunais que são parciais, injustos e onde não vigoram as regras mais básicas de justiça dos povos civilizados, principalmente a presunção de inocência.
 Depois do que se passou com Dominique Strauss-Kahn, Commonsense acusa urbi et orbi os tribunais norte-americanos de serem uma Mickey Mouse justice.

domingo, 15 de maio de 2011

a CIA no seu melhor - o Caso Strauss-Kahn

 Quando já estava embarcado no avião da Air France, no aeroporto, pronto para descolar, Dominique Strauss-Kahn, presidente do FMI, foi preso pela polícia de Nova Iorque, que para isso impediu a descolagem do avião.
 Foi acusado de violência sexual sobre uma empregada do hotel onde tinha estado. A prisão foi feita com fundamento UNICA E EXCLUSIVAMENTE nas decarações da dita cuja, que não foram corroboradas por mais ninguém nem suportadas por quaisquer outros indícios. Ela disse, simplesmente, e eles prenderam o Presidente do FMI (que, por acaso até é Francês).
 É bom que se saiba que a justiça americana não prende pessoas só porque alguém diz que as agrediram ou tentaram violar. Não chega em nenhum país civilizado e nos EUA também não.
 Porquê então esta cena?
 Note-se que é o mesmo truque que já foi aplicado com êxito no caso de Julian Assange, o homem da Wikileaks. Só que, no caso Assange, eram duas taradas; no de Dominique Straus-Kahn foi só uma.
 Esta técnica da CIA para atacar os seus targets não pode passar sem denúncia e estigma.
 O Vice-Presidente (norte-americano) do FMI tinha-se demitido. Por isso, era preciso abater o Presidente (europeu).
 Quando Obama foi eleito, a generalidade dos Europeus (eu incluído) acharam que iria haver um «President of the United States» amigo da Europa. Houve quem duvidasse, mas ninguém ligou. Afinal os cépticos tinham razão: Obama ainda é mais hostil à europa do que o seu antecessor. Bush queria que a Europa fosse uma colónia militar do EUA; Obama desencadeou uma guerra económica contra a União Europeia e o Euro. Portugal está a ser profundamente atingido nesta guerra económica desencadeada por Obama.
 O Caso Strauss-Kahn é muito grave.

quinta-feira, 5 de maio de 2011

o discurso de almada

Por HelenaFMatos no Blasfémias
No Verão de 1975 Vasco Gonçalves fez um discurso em Almada que não foi mais alucinado do que outros que proferira anteriormente. Mas de repente a televisão mostrava impiedosamente aquele homem esgargalado, quase descomposto, bramindo contra a reacção, os fascistas, os aliados dos fascistas, os cúmplices dos fascistas enquanto o país estav no caos. Muitos daqueles que tinham começado por apoiar o companheiro Vasco e que depois se tinham ido calando perante as sucessivas golpadas do PCP perceberam que não dava mais. Não quer isto dizer que não continuassem a simpatizar com aquele universo do progressismo mas perante a insanidade de tudo aquilo intuiram que assim não podia ser.
O discurso de José Sócrates desta semana é o seu discurso de Almada. Sócrates pode fazer bem campanha, recorrer aos truques do costume mas só entre avençados arranjará uma alma que consiga ver isto e não ter vergonha. Ou piedade.