sábado, 2 de junho de 2018

A Europa e a guerra comercial

Desde a queda do Império Romano (476), que se repetiram as tentativas de o restaurar. A "saudade do império" foi uma constante na história da Europa.
Houve tentativas quase conseguidas mas frustradas. Carlos Magno (768 – 814), Carlos V e o Sacro Império, o próprio Napoleão e finalmente Hitler e o III Reich tentar reconstruir o Império perdido.
A memória do Império e a saudade do Império aprendia-se na escola, quando se aprendia História e quando se aprendia latim. Ainda eu aprendi latim a traduzir e a retroverter o De Bello Gallico de Júlio César.
A memória das legiões de César a derrotar e ocupar a Gália, e mais tarde outras legiôes a ocupar o Mediterrâneo, a Europa, A Judeia e a Mesopotamia, o Egito, Alexandria, Cartago, a Bretanha, vem do cesarismo, da ocupação militar seguida da submissão, da administração e da aculturação.
Todas as tentativas posteriores falharam e deixaram rios de sangue, ruína e destruição.
Após a última tentativa frustrada, em 1957, os founding fathers da União Europeia, Konrad Adenauer, Joseph Bech, Johan Willem Beyen, Winston Churchill, De Gasperi, Walter Hallstein, Sicco Mansholt, Jean Monnet, Robert Schuman, Paul-Henry Spaak, AltieroSpinelli, afastaram-se do paradigma de César, da conquista militar.
Em vez disso, inspiraram-se em Cícero, no De Officiis e o De Republica. Cícero foi o maior inimigo de César, foi ele que inspirou e guiou a mão de Brutus. No paradigna ciceroniano, a força das armas é substituído pelo consenso, pelo acordo, pelo Pacto.
Inspirado em Cícero, os fundadores da Europa começaram uma longa marcha, com a a reconciliação franco-alemã, se guido pela Comunidade Europeia de Carvão e do Aço, e com o Tratado de Roma.
Desde o início, a Europa Unida foi um projeto de paz. A Europa não podia ter mais uma guerra. Para isso tinha de desenvolver um sistema político de democracia e uma economia próspera, tinha a integra as economias, os ensinos, as culturas o relacionamento entre os povos da Europa, de modo a que voltasse nunca mais a haver guerra. Era de novo o projeto da Paz Perpétua de Kant. A Popper foi buscar a identificação da sociedade civil e dos seus inimigos, o rejeição do domínio aristotélico do eEstadoi sobre o Cidadão, e a adesão à doutrina Estóica da individualidade de cada um e da Cidadania. A Europa dos Citoyens alargou-se dos seis aos vinte e oito.
Com o Império Romano do Ocidente, nasceu cidadã, republiana e democrática, com uma economia liberal. Como o Édito de Caracala (212) que concedeu (reconheceu) a cidadania a todos os habitantes livres do Império, desde a Síria à Bretanha, a União Europeia reconhece a cidadania europeia a todos os cidadãos de todos os Estados Membros e promete-a a todos os povos da Europa do Atlântico aos Urais.
Durante a Guerra Fria, a União Europeia foi apoiada pelo State Department, como um tampão contra o expansionismo soviético. Após o colapso da União Soviética, a relação atlântica foi evoluindo progressivamente para a rivalidade económica e política. Ontem poderá ter tido início um conflito comercial, uma gerra económica entre a UE e os USA.
Commonsense espera bem que a União Europeia não se vergue e aproveite para se consolidar e se construir ainda mais, se aprofundar e ganhar ainda amis consciêincia de si própria. E paz na Europa, a cidadania, a liberdade, a prosperidade, a solidariedade não irão ser destruídas pelo bullying americano.
Na América também há cidadadãos.
Commonsense é um cidadão europeu. Commonsense está mobilizado.