O chamado Estado
Islâmico está em guerra com o governo do Bashar Assad (apoiado pela
Rússia e pelo Irão). Em socorro de Assad entrou na guerra o
Hizbollah (Hezbollah) milícia libanesa anti-israelita apioada pelo
Irão. O EI é apoiadado pelo pela Arábia Saudita (e indrectamente
ppela Mossad e pela CIA). Neste momento, a guerra é entre o EI e a
Hisbolllah (mais os restos do exército sírio com apoio russo). Uma
perfeita proxy-war do tipo guerra fria.
Quando estive em
1975 no Portuguese Desk do State Department, em Washington DC. Os
dois boys do Portuguese Desk, que me quiseram contratar para ficar
lá, explicaram-me quatro coisas que nunca mais esqueci:
1 – que quem faz a
política externa do USA é o State Department, não é o President;
2 – que preciso
dividir e manter a divisão nos outros todos (lição do British
Empire) e que os conflitos locais nunca podem terminar; quando um
lado está a começar a ganhar, apoia-se o outro, de modo a que nunca
«rebente a paz»
3 – que para que
haja paz e pão dentro dos USA é necessário que haja guerra e fome
fora do USA
4 – que na relação
com a Europa, os USA são o Império Romano, militarmente e
economicamente poderoso, e a Europa é a velha Grécia Clássica,
bonita, culta, divida e fraca, que tem de se manter como colónia.
Perante isto,
mandei-os à fava e disse-lhes que não hostilizassem a Europa por me
teriam do lado Europeu a enfrentá-los. Com uma cervejas em frente,
eles eram bem simpáticos e divertidos, contaram-me uma anedota que
corria no State Department: «Porque é que os USA são o único país
onde não há golpes-de-estado? Porque são o único país onde não
há Consulates of the USA». Rimos à gargalhada.
Uns anos mais tarde,
já em Lisboa, voltaram a tentar aliciar-me, agora do consulado,
andava eu ainda na política ativa. Só me pediram que, quando fosse
ocasião, defendesse o «atlantismo» e os pontos de vista favoráveis
aos USA. Respondi que não tinha esquecido o papel do State
Department na fundação e armamento da UPA nem dos massacres de
portugueses em Angola em 1961. A minha carreira política acabou ali,
o que só me fez bem.
Com o colapso da
União Soviética, a União Europeia deixou de ser considerada
«friendly» para os USA e passou a ser considerada «rival».
Esta guerra da Síria tem vantagem para Israel porque pulveriza e enfraquece os Estados árabes seus inimigos e alivia a pressão do Hezbollah na sua fronteira Norte. Tem vantagem para os USA e para a Rússia porque agrava problemas à Europa, na sua parte mais fraca, leste e sul. Ao surto enorme de refugiados, os Consulate os the USA ativam os seus «local friends» atlantistas para atacarem o sistema Shengen e acenderem no interior da Europa tensões religiosas entre cristão e muçulmanos.
É isto, por hoje.
Esta guerra da Síria tem vantagem para Israel porque pulveriza e enfraquece os Estados árabes seus inimigos e alivia a pressão do Hezbollah na sua fronteira Norte. Tem vantagem para os USA e para a Rússia porque agrava problemas à Europa, na sua parte mais fraca, leste e sul. Ao surto enorme de refugiados, os Consulate os the USA ativam os seus «local friends» atlantistas para atacarem o sistema Shengen e acenderem no interior da Europa tensões religiosas entre cristão e muçulmanos.
É isto, por hoje.