domingo, 18 de dezembro de 2011

«mão invisível» só conheço a do carteirista

Commonsense recorda um anedota «seca». Alguém diz "chuva em Novembro, Natal em Dezembro"; o interlocutor objecta "e se não chover em Novembro?"; resposta: "Sol em Novembro, Natal em Dezembro".
É assim com os ratings. Haja o que houver, a consequência é sempre a mesma: baixa o rating. Antes baixava porque havia desequilíbrios orçamentais e não havia coragem política para políticas de austeridade. Houve políticas de austeridade e o rating baixou novamente, porque essas políticas eram restritivas e arrefeciam a economia. E assim sucessivamente e alternadamente. Haja o que houver o rating baixa sempre.
Como não houve mutualização das dívidas soberanas em Euros nem €urobonds, o rating baixou. E se houvesse? Também baixava, porque aumentava a exposição das economias centrais da €urozona e do BCE.
O rating baixa sempre e sempre numa área crescente.
Porquê?
Porque quando o rating baixa, sobe o preço do dinheiro, dos CDSs, os juros, os Yields.
Porque quando o rating baixa "os mercados" ganham mais dinheiro.
E porque, ao contrário da ingenuidade dos Chicago Boys, a rationalidade do mercado não é está em regular a economia, mas em ganhar dinheiro, quanto mais e mais depressa melhor.
«Mão invisível» só conheço uma: a do carteirista.

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