Commonsense assina o Economist há anos. Com desconforto crescente. Reconhece que é a melhor revista. Mas desconcerta-o o modo como trata dos assuntos europeus.
No Economist, as prosas não são assinadas (a não ser rarissimamente, quando é oferecida a uma personalidade o privilégio de publicar um artigo). Os jornalistas não têm sujectividade. Toda a autoria e toda a responsabilidade é do jornal.
Há muito tempo (mais de um ano com certeza, ou mais de dois, talvez), a coluna Charlemagne, que é dedidada à União Europeia, apareceu assinada pelo seu cessante escritor. Foi uma homenagem de despedida. Em jeito de testamento, o autor disse que ia deixar de escrever ali, mas queria deixar expresso que, não obstante as discordâncias, achava que as pessoas defensoras do projeto europeu eram invariavelmente as mais inteligentes, as mais cultas, a mais capazes e até as mais estimáveis.
Desde então, Charlemagne passou a ser militantemente antieuropeu, mesmo panfletáriamente. Tudo é mau e nada é bom na UE. Agora incita mesmo à sua dissolução (mantendo, claro, o mercado único, como sucedâneo da EFTA).
Commonsense há muito tinha passado a dar desconto àquele anti-europeismo, anglo-americano, conservative-republican. Assumiu que, em questões europeias, o Economist não era para levar a sério, nem eram mesmo para ler. Mas o resto era muito bom.
Com o andar do tempo, foi-se inquietando mais. Sempre que o assunto era por si bem conhecido, o Economist não acertava.
Instalou-se a dívida: se nos assunto que Commonsense conhece bem, o Economist erra, será que só acerta nos outros? Ou será que também falha em tudo o que lá se lê, so se tornando percetíveis as falhas no aosunto que conhece?
Será mesmo de renovar a assinatura quando chegar ao fim?
O problema é que, nas revistas congéneres, não sabe de outra com qualidade que não seja desmasiadamente local.
Commonsense começou à procura duma alternativa.
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