Lê-se por todo o lado e
começa a ser opinião comum que a principal dificuldade da União
Europeia (UE) vem dos emigrantes de leste, romenos, búlgaros e
outros pobres, que sobrecarregam os orçamentos da segurança social
dos Estados Membros ricos, Reino Unido, Alemanha, França, Holanda,
etc. Pior ainda, há emigrantes clandestinos que chegam em hordas às
praias do sul, vindos do outro lado do Mediterrâneo, do Islão e
África sub-saariana. É preciso acabar com a liberdade de circulação
de pessoas (Schengen).
É
preciso fazer contas. A crise financeira da UE não vem das migrações
dos pobres para os Estados Membros ricos. Não, não foi isso
e não é isso.
A crise financeira
Europeia, vem da migração das práticas desonestas dos serviços
financeiros americanos para a praça de Londres e daí para todas as
praças financeiras da Europa comunitária. A colocação de produtos
tóxicos (leia-se: lixo) nas carteiras e contas de poupança dos
clientes, a falsificação dos balanços (contabilidade criativa), a
apropriação de bónus e vencimentos milionários pelos gestores, a
alavancagem excessiva e ilegal, etc., destruíram a credibilidade do
sistema financeiro, provocaram a ruína dos países, a falência das
empresas, o desemprego, a destruição dos lares e das famílias, o
desespero, a proletarização.
Não, não é a
liberdade de circulação das pessoas que tem de ser controlada ou
limitada; é da liberdade de circulação dos capitais que se trata. E
aí que está o problema.
As culpas não são dos
pobres, são dos ricos.
Mais uma vez, precisam (necessitam) de culpar alguém. A capacidade de admitir o erro vem da sabedoria e consciência, não do dinheiro.
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