São aos milhares. Famílias inteiras, famílias divididas, pessoas perdidas umas das outras, algumas sem ninguém, desorientadas, perdidas, a fugir dum pesadelo horrível, à procura da terra prometida, da Europa pacífica, civilizada, capaz de os salvar.
Não tem sentido ter medo deste êxodo. É de pessoas que desejam ardentemente os ideais da Europa, que acreditam numa Europa moral, cultural e política. Não é tanto o mercado único ou a união bancária que os atrai. É a paz, a tranquilidade, a segurança, a democracia, os valores do humanismo.
Não há que ter medo. Estes novos imigrantes têm uma fé na Europa que os europeus andam a perder, têm-lhe um amor e uma lealdade que já pouco há. São eles que podem redimir a Europa do despovoamento, do défice demográfico, do egoísmo.
Numa Europa com 550 milhões, um, dois ou três mihões não são muito, e não custam muito.
E trazem sangue novo, um novo otimismo, uma nova fé.
São eles que irão refrescar o sangue velho da velha Europa e torná-la nova, rejuvenescê-la.
O tempo é de otimismo.
Recebamo-los, pois, com solidariedade, com abertura, como é - ou devia ser - próprio da Europa.
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Há 14 anos