sábado, 29 de abril de 2023

Freud in short supply!

Toda a gente se queixa da baixa qualidade e baixo nível, para não dizer mesmo da ordinarice e falta de caráter dos político nos diferentes níveis da "coisa pública".

É fácil dizer mal, mas era mais importante ter consciência da razão.

As razões são mais que uma, mas a principal está, pensa commonsense, na baixa remuneração e excesso de exposição dos políticos - todos - hoje em Portugal.

Mal remunerados, como são, e pior ainda tratados nos meios e comunicação social, pelos comentadores e analistas, e por mais ou menos quase toda a gente, é difícil, muito difícil encontrar candidatos com qualidade.

Basta comparar com os primeiros anos do regime saído do 25 de abril. Já eram mal remunerados, mas eram respeitados. Tinha qualidade elevadíssima. Entregava-se à Repúblico com entusiasmo patriótico.

E agora? Porque razão continuam tão mal remunerados? Por causa da inveja, por um lado, pelas baixíssimas remunerações que são pagas em quase todos os setores da sociedade (exceção dos administradores de grandes empresas e futebolistas de grandes clubes). É típico de regimes socialistas e socializantes, como Cuba, Venezuela and the like. 

E porquê tão maltratados? Aí a explicação é mais delicada. Os portugueses em geral sofrem quotidianamente dores no seu amor próprio, quer em casa entre marido e mulher, quer no emprego nas relações com colegas e chefes, quer no caminho para e do emprego, no trânsito, nos comboios, nos autocarros, no futebol, no café... entre outros. As frustrações pessoais desencadeiam fenómenos psicológicos de Ersatz que se traduzem numa espécie de vingança pessoal no totem, que é a pessoa importante. Um meu tio avô já morto há muitos anos ficou célebre na família com uma frase lapidar: «a mãe bate-me, eu bato nos patos!». É isto, "os outros" ferem-nos, nós ferimo-los a "eles". "Eles" são os patos a quem se bate por retorsão do que "os outros" (tantos e variados outros) nos batem a nós. O sentimento de ser pessoal, profissional, socialmente, e até familiarmente desconsiderado, leva muitos, muitos dos portugueses a sentirem-se vingados, compensados e até felizes com a humilhação pública e o espancamento mediático "deles". É assim...

Freud in short supply!

 

terça-feira, 25 de abril de 2023

desgovernação

Commonsense anda perplexo com o modo como não está a ser governado o país. Nem sequer é um mau governo, é mesmo um desgoverno. 

Só tem um ministro, António Costa. Ele é ministro de todas as coisas, faz tudo, inventa tudo, estraga tudo. Tem ministros para o dia a dia e principalmente para terem culpa do que corre mal e serem descartados como bodes espiatórios quando as coisas correm mesmo muito mal. 

É trapalhão, mentiroso e rebaldeiro.

Tem uma estratégia, só uma, manter-se no governo. Para isso, está a acumular o dinheiro de todos, a cativar verbas e não pagar dívidas, para quê? Para acumular uma folga orçamental que lhe permita, no último ano, ano e meio, do mandato soltar os cordões à bolsa, aumentar os vencimentos da função pública, as pensões dos reformados e pagar as dívidas em atraso... e ganhar as eleições. Ele é um homem do povo, com todos os defeitos do povo. Tem memória curta e apetência pela vantagem imediata.

É assim a desgovernação.