terça-feira, 10 de setembro de 2013

elite, pouca e fraca

Portugal tem uma elite pequena e insuficiente.
Acidentes históricos vários contribuíram para isso. D. João III expulsou os judeus e, com eles muito da elite que havia. Os Descobrimentos e o Império consumiram muita gente de qualidade. Alcácer Quibir matou o que de melhor havia e o Terramoto dizimou milhares. A ida da Corte para o Brasil levou quase toda a elite e grande parte dela ficou lá e não regressou.
O século XIX foi muito mau, por falta de uma elite que conseguisse adaptar o país ao tempo e a existência e uma pleiade de escritores não superou a carência de uma competência técnica. O salazarismo congelou a sociedade, as empresas e as posições e poder em mãos herdeiras, nem sempre com qualidade.
Uma sociedade pluralista, como é a sociedade liberal, é muito exigente, não só em qualidade como também em quantidade de pessoas que desempenham cargos de responsabilidade.
Portugal não tem gente com qualidade e em quantidade necessária para os desafios do século XXI. Tem alguma quantidade com alguma qualidade, mas não chega.

2 comentários:

  1. Pedro,
    Portugal tem uma elite pequena e insuficiente mas não só. Pequena e insuficiente porque a verdadeira está em vias de desaparecer. É a lei da vida. Por outro lado, as convulsões e transformações que se deram na nossa sociedade nas duas ou três últimas gerações, fizeram desaparecer qualquer resquício do verdadeiro conceito de "elites". Quem são hoje? Ninguém sabe, porque os verdadeiros, os originais se remeteram quase à clausura... preservando os seus valores, distanciando-se das pseudo-elites modernas que tanto podem ser os novos- ricos analfabetos e broncos, os políticos recém-chegados dos aviários das jotas, que estão sentados das cadeiras do poder sem qualquer competência e formação inteleletual ou técnica.
    Não quero generalizar, seria muito injusto. Mas até as excepções não estarão interessadas em aparecer, muito menos participar, ou antes, misturar-se com estas "elites de telenovela". Basta seguir o que se passa com o surrealismo destas próximas as autárquicas...
    Não quero ser pessimista mas sem haver uma grande convulsão social, tudo continuará na mesma. E desejo que ela aconteça o mais depressa possível.
    Parece que me alonguei, sorry!
    Meg

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  2. Nunca se alonga quem escreve de modo incisivo, preciso e conciso sobre coisas pertinentes.

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