sábado, 30 de janeiro de 2010

Villepin e Blair

Dominique de Villepin foi absolvido no processo 'Clearstream'. Sempre tive dele a melhor opinião, reforçada pela defesa que fez no Conselho de Segurança das Nações Unidas duma solução de paz para o Iraque. Na altura foi aplaudido de pé. Mas os americanos não gostaram e acabaram por conseguir afastá-lo da presidência francesa com um processo que é típico da CIA, a invenção e a montagem de uma acusação infamante. Villepin, homem de uma vasta cultura e de postura aristocrática, era bem a imagem da Europa em que me revejo.

No inquérito sobre a entrada do Reino Unido na Guerra do Iraque, Blair recusou qualquer arrependimento mesmo perante a não existência das tristemente célebres armas de destruição maciça (WMD). Recordo-me do dia em que o ataque começou. Um dia antes da data anunciada, um bairro habitacional Bagdad sem qualquer valor estratégico foi atacado e destruído com mísseis de cruzeiro com o pretexto de que Sadam estaria num restaurante ali existente. Sadam não estava lá, mas foi morto uma número indeterminado de civis inocentes, não combatentes e indefesos. Este ataque não pode deixar de ser qualificado como uma crime de guerra mas, não obstante, ninguém foi por ele trazido ao banco dos réus. Blair ficou conhecido como o 'Yankee Poodle'.

A comparação destes dois casos dá que pensar, ou devia dar... Mas, hoje, já pouco se pensa: lê-se e vê-se nos media de referência o pensamento já construído alhures, destinado a ser consumido como fast food.

1 comentário:

  1. "Crime de guerra"???? Matar islâmicos????

    Espere até lhe cair um avião em cima da cabeça!

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