sábado, 6 de fevereiro de 2010

agarrem-me, senão eu...

Ameaçaram que o Sócrates se demitia, provocando eleições antecipadas... ameaçaram que o Teixeira Santos se demitia...
Afinal, depois de tanta ameaça, depois de terem posto o País em suspenso, Teixeira Santos deu uma entrevista CNN, em mau inglês, em que disse banalidades.
Nos pratos da balança estava duas coisas contraditórias:
De um lado, o financiamento orçamental à Madeira que tinha sido abusivamente reduzido em relação aos Açores e que regressou ao que era anteriormente. O argumento de que o PIB per capita na Madeira é alto e de que o dinheiro faz falta pesou, alavancado com a propaganda mediática do costume contra o 'despesismo' da Madeira e contra o Alberto João. É verdade que nesta conjuntura não convém gastar mais dinheiro e que é um mau sinal; mas o dinheiro é pouco, em valor verdadeiramente irrelevante.
Do outro lado, a questão é política: forçar a oposição a engolir a lei iria destruir a oposição, e permitir que o Governo agisse como se continuasse a ter maioria absoluta. À crise das finanças públicas iria acrescer uma crise do sistema político representativo.
A solução foi boa (na minha opinião). O esvaziamente da oposição a pretexto de dificuldades das finanças públicas tem um mau passado em Portugal: começou em 1926 e durou até 1974.
Ainda bem que não os agarraram.
O Governo vai ter de aprender a respeitar a oposição, quer dizer, a maioria dos portugueses, e a negociar consensos. É assim nas democracias avançadas. Mas Sócrates é um tiranete com problemas idiosincráticos.
Espero que tenha aprendido a lição, embora a esperança não seja muita.

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