Há muito tempo que o governo americano queria ter acesso aos dados biométricos dos europeus. E fazia pressão diplomática, dizendo que eram necessários para o combate ao terrorismo. Já mesmo tinha exigido que fossem facultados como condição para a obtenção de visto de entrada.
O combate ao terrorismo, como é bem sabido dentro e fora dos USA, é um argumento universal que serve para tudo, desde a tortura, à captura e aprisionamento de pessoas em Guantanamo, à intercepção de comunicações, sabe-se lá mais o quê. Mas até agora tinha havido resistência à entrega dos dados biométricos.
E catrapáz! Um ministro dos negócios estrangeiros pró-americano e maricas cedeu. Tinha de ceder. A sua concepção é a dum «Ocidente» liderado pelos norte-americanos, onde os europeus são servos.
Estive uma vez no Portuguese Desk do State Department, em 1975, onde me foi dito com naturalidade que os USA são o Império Romano e a Europa a velha Grécia: bonita, culta civilizada, dividida, fraca e servil. Foi-me então proposto que trabalhasse para elles, o que recusei, naturalmente.
O Parlamento Português acabou por adoptar esta concepção Imperial do USA em que a Europa é servil. Direi eu que servis são eles, aqueles deputados que votaram o acesso norte americano aos dados biométricos dos portugueses. O ministro é, como toda a gente sabe, aquilo que é. Um nojo!
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