No último número do
Jornal de Letras, de 15 de novembro de 2013, está um artigo notável
de Nikis Skapinakis sobre o péssimo arranjo do Terreiro do Paço.
Tem como título «Quem acode ao Terreiro do Paço».
Commonsense está
completamente de acordo. Quem mexeu no Terreiro do Paço não teve
respeito pela sua identidade histórica nem pelo seu enquadramento
estético.
Atarracou a estátua de D.
José.
Pavimentou com mármore
(ou quase mármore) o que devia ser um terreiro de saibro. Pior ainda
seria com soalho flutuante.
Desenhou riscos no chão
que são completamente incompatíveis com a sua configuração
arquitetónica original.
Povoou o seu espaço com
barraquinhas e anúncios publicitários como um recinto de feira em
romaria de aldeia.
Ao avançar a margem
fluvial a jusante, com a agravante da estação fluvial a montante,
aprisionou o cais das colunas numa poça de água ridícula, que
faz lembrar um peixinho encarnado dentro dum aquário esférico.
Remodelou-o como espaço
de concertos rock e outro eventos.
Devia ser proibido mexer
em monumentos públicos.
Para tanto devia ser
obrigatório ter bom gosto, ou ao menos simplesmente gosto, ou um
bocadinho de mundo.
Quem mexeu no Terreiro do
Paço imprimiu-lhe a sua própria “cultura” de aldeia, de
subúrbio, a cultura pimba.
Mas haja esperança.
Um bom buldozer de pá e
lagartas ainda pode restaurar o Terreiro do Paço.
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