domingo, 3 de novembro de 2013

não


Os Portugueses gostam de dizer não. É uma sublimação da frustração.
E daí resulta em boa parte a pobreza geral.
Quando um inventor pede para registar um invento, a resposta é não porque é novo.
Quando o dono da casa quer abater uma árvore que está a cair, a resposta é não porque é velha (na cultura inculta, velho é igual a cultural).
Quando se precisa de construir uma barragem, a resposta é não porque tem impacto ambiental.
Quando o melhor arquiteto naval de veleiros do mundo, que é português, quis mudar-se de Irlanda para Portugal, a resposta foi não, porque os seus barcos não tinham condições de segurança.
Quando alguém que adquiriu uma casa sobre a falésia da Costa Vicentina e quis abrir um janela para o lado do mar, teve de a abrir primeiro e pedir depois licença para a fechar... e a resposta foi não.
O portugueses dizem que não por razões subconscientes profundas. Porque levaram um nega da namorada, porque o banco recusou o financiamento, porque o patrão não deu o aumento, porque a Troyka tirou a pensão, porque o carro do vizinho é melhor que o dele...

2 comentários:

  1. Mais do que o NÃO, há outra expressão que me ainda me irrita mais. NÃO VALE A PENA.
    Todos os dias me confronto com criaturas que, mediante qualquer hipótese de mudança, respondem prontamente... NÃO VALE A PENA.
    Não é inconscientemente pois é esse mesmo seu sentir. Acomodadas, conformadas, apáticas ou simplesmente preguiçosas, incapazes de mexer uma palha... Já a falar (escrever) é lê-los, são capazes de virar o mundo do avesso.
    Se é característica do povo deste Portugal que conheci bem, mas já a meio da vida, penso que sim.
    Por isso sou suspeita. Talvez por isso também não seja apreciadora de Fado... do fatalismo, da "choradeira" nacional.
    Meg

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  2. Completamente de acordo, Meg.
    É muita preguiça, é muita basófia, é muita cobardia e falta de autoconfiança.
    É por essa mesma razão que eu detesto o "fado-chorão".

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