domingo, 25 de outubro de 2009

a educação e a justiça

Já no tempo da Regeneração, o país arruinou-se a fazer infra-estruturas: estradas, caminho de ferro, portos, pontes. Não foi mau que as construísse, o que foi mau foi que não tivesse investido suficientemente na educação. Isto, hoje, é incontroverso.
Por isto, parece-me bem Isabel Alçada na educação, porque é uma pessoa civilizada, ao contrário a antecessora. Já não é boa a continuação de Mariano Gago na Ciência e na Universidade, porque tem tido um desempenho medíocre.
Na Justiça, Alberto Martins é melhor que Alberto Costa. Qualquer um seria. Mas não creio que seja capaz de reformar o sistema.
Os dois grandes problemas de Portugal, hoje, além do financeiro (como sempre) são a educação e a justiça.
O próprio Sócrates é um bom exemplo disso mesmo.

5 comentários:

  1. Mariano Gago, medíocre, porquê?

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  2. Mariano Gago só se interessa pela ciência e, nesse campo, pelas ciências laboratoriais. Deixou as universidades ao abandono e cortou-lhes 15% do financiamento que já era insuficiente. As universidades e Mariano Gago só servem para produzir licenciados para a estatística e estão completamente exangues. Além disso, reduziu-lhes a qualidade em troca da quantidade. A universidade portuguesa perdeu o financiamento e a autonomia e é 'governada' autoritariamente por um director-geral.
    É por isto que considero medíocre o desempenho de Mariano Gago.

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  3. Cada ano que passa olho para trás e vejo os reitores com as mesmas queixas de há 10 anos e curiosamente a omolete continua a ser feita - o que me diz que MG tinha razão há 10 anos, pergunto-me se continuará a ter razão hoje.
    A massificação do ensino superior começou em 85-87; MG trouxe as avaliações externas e internacionais e a exigência de uma proporção mínima de doutorados. É verdade que a autonomia e a bonomia Guterres não limitaram devidamente os numerus clausus, em especial nos cursos de papel e caneta, mas tenho duvidas que isso tivesse sido aceite pelos portugueses, especialmente com a vaga do baby boom português.
    E relativamente à autonomia, era previsível há muito tempo! Havia muitas universidades que não sabiam o que fazer com ela: as guerrinhas intestinas; as contratações de conveniência; os cursos esquisitoides; os docentes acharem que o dinheiro dos projectos lhes pertencia exclusivamente; a falta de capacidade para lidar com os cursos sem alunos; a falta de cooperação (interna ou externa) - tudo grandes sinais que a autonomia estava a ser mal aproveitada e que a tendência era a fragmentação em pequenos umbigos, cada vez com mais cotão. Lamento essa perda mas não me espanta. Acho que tem que ser recuperada.
    Não há muitas maneiras de promover a qualidade nas ciências não exactas, especialmente em redução de financiamento e aumento de autonomia. Vejo o impulso às ciências exactas como uma coisa mais instrumental que uma questão de afecto de MG. É mais fácil medir melhorias nas ciências exactas. Essas medições são o motor da mudança da cultura interna das instituições.
    Essa mudança cultural só fechará o ciclo quando os doutorados de 1998- chegarem a catedráticos e à gestão das instituições.
    É pela capacidade de gerir e acelerar a mudança que, não só não acho MG um ministro mediocre, como acho que é um dos melhores ministros que a nossa democracia teve.

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  4. Plenamente de acordo consigo Francisco

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  5. As «faculdades de papel e lápis» não são para desprezar. São as de filosofia, direito, história, filologia e outras mais ligadas à cultura do que à técnica. Não têm laboratórios, mas têm bibliotecas que custam caras e que, com o ministério de Gago, estão sem dinheiro para comprar livros. As verbas vão para faculdades sem alunos, mas com laboratórios, como a Faculdade de Ciências de Lisboa. Em geral, não há dinheiro para pagar os docentes, que são encharcados em exames sem tempo nem meios para investigar.
    Tudo, ou quase tudo, é decidido centralmente por um director-geral do ministério.
    E, verdade seja, a única investigação laboratorial a sério é feita pela Gulbenkian.
    A Universidade portuguesa está muito pior do que antes e está à beira do colapso.
    Não digo que Gago seja subjectivamente um medíocre, mas que teve objectivamente uma gestão medíocre. Podia continuar como Ministro da Ciência, mas sem as universidades, ou alternativamente como Secretário de Estado da Ciência.

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