segunda-feira, 26 de outubro de 2009

um governozinho

Penso que a generalidade dos portugueses quereria ter um governo de coligação com uma maioria sólida ao centro. Os portugueses estão preocupados com a crise e querem que o País seja governado no seu interesse e não no interesse dos partidos.
O interesse dos partidos é outro. O PS acha que a oposição não pode derrubá-lo porque só teria a perder numa subsequente eleição. O PSD porque acha que perderia votos se entrasse em coligação e que vai capitalizar com o descontentamento que resultará do aprofundamento da crise económica e social. Os pequenos partidos de contra-poder acham o mesmo.
É por isto que Portugal vai ter um governo sem a força política necessária para enfrentar as dificuldades e os desafios presentes e futuros. E vai continuar a empobrecer.
Não se diga que era inevitável. Na Alemanha, o SPD e a CDU-CSU fizeram uma coligação de bloco central e governaram, conseguindo ultrapassar a crise. Claro que ambos perderam votos, o SPD mais que os outros. Os outros vieram agora a coligar-se com o FPD (liberal) e vão continuar a governar bem.
O novo Governo Português, na sua lógica, vai usar de toda a demagogia e propaganda para poder ganhar as eleições subsequentes a uma sua queda prematura. Vai piscar o olho à direita (à direita económica) com umas obras públicas e à esquerda (à esquerda ideológica) com mais rupturas da moralidade tradicional.
Portugal vai continuar desgovernado.

2 comentários:

  1. Os nossos partidos têm uns olhinhos miopes que não vêm para além da pança (reparem que já nem digo nariz. Pança parece mais adequado ao clima de ganância e avidez que vivemos, tipo "deixa cá sacar o meu enquanto posso").
    Essa miopia, adicionada à ignorãncia de algo tão básico como a noção de bem comum, vai levar-nos a todos à miséria, envergonhada mas miséria, dentro de alguns anos.
    Depois queixem-se.
    Eu, se tivesse menos vinte anos, já me tinha escapado desta queiroziana choldra. Assim, ficarei aqui a envelhecer com os outros desgraçados que não fizeram parte de clientelas, nem tiveram oportunidade de roubar. E a ver os nossos filhos e netos a terem de emigrar porque aqui não há trabalho para eles.
    Será que este país se vai transformar num imenso lar de idosos, daqueles muito maus, muito deprimentes?
    Vamos discutir a eutanásia a sério?

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  2. Era uma solução: eutanasiá-los.

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