domingo, 15 de novembro de 2009

horizonte sombrio

Há notícias sobre a recuperação económica na União Europeia e em Portugal. Por enquanto ainda tímida.

Não sei se a notícia é mesmo boa ou é só menos má. O regresso ao crescimento poderá trazer consigo a inflação e o aumento das taxas de juro. O problema é o da descoincidência entre os ritmos das economias europeias e da portuguesa. Se a economia portuguesa não acompanhar a recuperação da economia europeia, se não crescer de todo ou se crescer acentuadamente menos, a sua situação agravar-se-á. A dívida pública e a dívida privada, internas e externas, que hoje são enormes passarão ser ser muito mais caras, o que irá absorver os poucos recurso disponíveis para o investimento e agravar ainda mais os desequilíbrios.

Entretanto,  a União Europeia já fixou a Portugal um ritmo de recuperação do défice que porá o País a pão e água durante anos. Adeus hiper-consumo. Sem ser puxada pelo consumo interno, a economia portuguesa vai ter de contar principalmente com as exportações. Nos serviços, o turismo continuará a pontificar, mas as manufacturas, subcapitalizadas e com baixa competitividade vão sentir dificuldades. Entretanto, uma banca descapitalizada e com hábitos persistentes de crédito predatório, não vai ajudar.

A agravar tudo isto, a falta de qualidade das estruturas políticas e dos seus protagonistas não pode ajudar.
 

2 comentários:

  1. "Sem ser puxada pelo consumo interno"

    Qual "consumo interno"?
    Com cada vez + desempregados, mal-empregados, etc.& tal, onde é que se vai buscar o "consumo interno"?

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  2. Precisamente por isso mesmo, «sem ser puxada pelo consumo interno».

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