Há notícias sobre a recuperação económica na União Europeia e em Portugal. Por enquanto ainda tímida.
Não sei se a notícia é mesmo boa ou é só menos má. O regresso ao crescimento poderá trazer consigo a inflação e o aumento das taxas de juro. O problema é o da descoincidência entre os ritmos das economias europeias e da portuguesa. Se a economia portuguesa não acompanhar a recuperação da economia europeia, se não crescer de todo ou se crescer acentuadamente menos, a sua situação agravar-se-á. A dívida pública e a dívida privada, internas e externas, que hoje são enormes passarão ser ser muito mais caras, o que irá absorver os poucos recurso disponíveis para o investimento e agravar ainda mais os desequilíbrios.
Entretanto, a União Europeia já fixou a Portugal um ritmo de recuperação do défice que porá o País a pão e água durante anos. Adeus hiper-consumo. Sem ser puxada pelo consumo interno, a economia portuguesa vai ter de contar principalmente com as exportações. Nos serviços, o turismo continuará a pontificar, mas as manufacturas, subcapitalizadas e com baixa competitividade vão sentir dificuldades. Entretanto, uma banca descapitalizada e com hábitos persistentes de crédito predatório, não vai ajudar.
A agravar tudo isto, a falta de qualidade das estruturas políticas e dos seus protagonistas não pode ajudar.
O Tratado de Lisboa começa a dar frutos
Há 14 anos
"Sem ser puxada pelo consumo interno"
ResponderEliminarQual "consumo interno"?
Com cada vez + desempregados, mal-empregados, etc.& tal, onde é que se vai buscar o "consumo interno"?
Precisamente por isso mesmo, «sem ser puxada pelo consumo interno».
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