sexta-feira, 6 de novembro de 2009

uniões homossexuais (2)

Como a questão voltou a suscitar-se e a minha opinião não mudou, volto a dizer o que já disse antes:

No meu tempo de juventude, eram os padres que queriam casar. Agora são os homossexuais.

O casamento é uma instituição muito antiga, que sempre tem sido reservada para uniões heterossexuais ligadas à instituição da família. Tem uma imensa dignidade que lhe vem de ser originariamente um sacramento religioso – um voto – que, mais tarde, no princípio do séc. XX, veio a ser laicisado como um contrato civil. A sua dignidade não lhe vem da recente natureza contratual, mas antes da sua antiquíssima natureza sacramental, votiva e familiar.

Toda a gente sabe que existem uniões homossexuais mais ou menos perdurantes e apoiadas em projectos de vida em comum assente no afecto. Essas uniões têm sido reconhecidas pelo direito como tais, mas não como casamentos. A quem estiver interessado recomendo a consulta da lei inglesa - Civil Partnership Act - de 2004, que está tão bem feita e tem dado tão bons resultados que bem poderia ser traduzida para português e legislada pela AR (é melhor não os deixar pensar nem inventar). Resolve todos os problemas e satisfaz todas as exigências, menos uma: não lhe dá o nome de casamento. Poderia ser usada a designação «união homosexual» ou outra semelhante.

Parece que o importante seria o uso da expressão casamento pelo seu «valor simbólico». Mas tal constituiria uma mistificação e uma falsificação terminológica. É que a dignidade e o valor simbólico do casamento vêm da sua natureza sacramental e da sua ligação à constituição da família, como sua pedra angular, o que de todo falta nas uniões homossexuais.

Os homossexuais são cidadãos e cidadãs como toda a gente e têm direito à correspondente dignidade cívica. O que não têm é direito a pretender ser o que não são. E é mesmo patético que sejam eles próprios a se desdignificarem quando se não conseguem assumir como são, sem precisar de parasitar a dignidade duma instituição que lhes é completamente alheia.

2 comentários:

  1. Completamente de acordo, e mais:
    Uma vez concedido o casamento entre homosexuais, imediatamente a seguir vinha o direito de adopção (como já acontece em alguns países europeus). Ora as crianças são uma responsabilidade de todos nós.

    ResponderEliminar
  2. Assino por baixo.

    ResponderEliminar

Os comentários publicados são da responsabilidade de Commonsense, pelo que não serão publicados ou serão apagados os que forem insultuosos, ofensivos ou de baixo nível.