Um miúdo matou-se para fugir ao bullying. Agora toda a gente se incomoda.
Mas ninguém se incomodou durante anos perante os crescimento e consolidação do bullying nas escolas portuguesas. Quase ninguém, para ser justo, porque já chegou a haver uma condenação judicial.
O bullying ganhou foros de prática cultural, nas praxes académicas. Uns acham engraçado, outros inevitável.
Todos os anos protesto na minha Faculdade contra a praxe, mas as pessoas supostamente sábias e politicamente correctas encolhem os ombros e não me levam a sério. Até me acham ingénuo.
A praxe académica é uma forma particularmente perversa de bullying. Traduz-se na humilhação (quando não mesmo, na agressão) dos mais fracos pelos mais fortes. É moralmente repugnante. E o pior é que até há vítimas que acham graça e investem na sua própria humilhação para no anos seguintes poderem humilhar os mais novos.
Mas só há bullying porque há cobardia pessoal e institucional nos dirigentes das escolhas, das polícias, e da sociedade, que o deviam evitar. E também naqueles que aceitam sujeitar-se a à praxe. No ano em que entrei na Faculdade, 1965, ai de quem tentasse praxar-me: havia sangue de certeza.
No caso que agora - só agora - arrepia toda agente, há responsáveis. aqueles que o fizeram e aqueles que o permitiram. Foi homicídio involuntário, mas foi homicídio.
Estão identificados responsáveis - autores, co-autores, auxiliares, cúmplices, instigadores. E estão também identificados os responsáveis - dirigentes escolares que o permitiram com a sua displicência, negligência e cobardia.
Como homicídio involuntário (ninguém queria que o miúdo morresse), o Ministério Público tem de abrir o inquérito, constituir arguidos e acusar. E o Tribunal tem de julgar.
Só que aí entrará previsivelmente a maior e mais grave de todas as cobardias: o vício do politicamente correcto do nosso já bem conhecido Procurador-Geral da República, que vai - já o adivinho - achar que não houve crime... apenas um problema social que se trata com psicólogos.
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Há 14 anos
A agressividade e a tendência para a violência são inerentes à espécie humana. Em matilha ainda é pior. Foi por tal concluirem que is homens fizeram as leis e conceberam essa coisa q tão mal funciona por cá q é a justiça.
ResponderEliminarPrefere-se fechar os olhos a estas situações, porque dá tudo muito trabalho e muita chatice. É o deixa-andar.
Foi assim, olhando para o lado d fingindo não ver, que os alemães deixaram instalar-se o nazismo.
É repugnante até q ponto as entidades e pessoas envolvidas deixaram ir as coisas no caso deste pobre rapaz. E doutros.
O problema é que acusar os perseguidores ainda piora a situação fora da escola para o aluno visado, não sendo possível vigiar. Assim, a solução que parece resultar melhor é a transferência para outra escola. Acontece que isso nem sempre é possível por não haver escolas suficientes em terras pequenas.
ResponderEliminar"transferência para outra escola" ... para quê? Para fazerem o mesmo a outros?
ResponderEliminarFalta vigilância, falta disciplina, Os "Conselhos Directivos" são uma "associação de irresponsabilidade colectiva".
Se o miúdo não queria matar-se, queria chmar a atenção: estava a pedir socorro. Atenção e socorro que ninguém lhe dava.
Que fazer com esta "escola" ?