sábado, 20 de março de 2010

... nem 8 nem 80 ...

Muita gente o diz... e pode ser que seja verdade... que os partidos precisam de renovação.
O Rangel entrou no PSD, segundo as minhas últimas informações, há dois anos, vindo do CDS (embora já não se lembrasse de ter assinado ficha pelo CDS). Nesta lógica, terá mais legitimidade do que eu, que entrei em 1974 (até tenho diploma de Fundador).
Mas, francamente, 2 anos... ou mesmo 4 anos... ou 5...?!!!!!!!!!
Um partido político não é um clube de futebol que contrate novos lideres para cada combate eleitoral (campeonato), independentemente até de uma ideologia própria.
É um péssimo sinal que Rangel não se lembre de ter aderido ao CDS há bem pouco tempo. Ou tem má memória ou mente que nem um Sócrates.
Também é mau não saiba distinguir ideologicamente o PSD do CDS. Eu sei, eu sei, que os interesses económicos desejam uma fusão (merger, acquisition, take-over) de um partido com o outro para formar o grande partido da direito rica, onde não deixariam de ficar com uma golden share. Mas, para mim, há diferenças ideológicas importantes entre o CDS e o PSD. O CDS é um partido puramente conservador (quando não mais à direita) que serve fundamentalmente de representante político da oligarquia portuguesa; o PSD é um partido interclassista, de classe média, de centro esquerda e centro direita, reformista e não conservador.
Nem me convence o argumento da vitória de Rangel nas eleições europeias. O que sucedeu então, foi mais uma derrota de Sócrates do que uma vitória de Rangel. E Sócrates só não perdeu as legislativas, porque a Manuela ainda perdeu mais do que ele.
Rangel dá um bom líder parlamentar, mas não um líder para o PSD.
O PSD precisa de se apresentar ao eleitorado como representante da classe média pequena, humilde, que vem a Lisboa no IC-19 (e não na A-5), que anda em transportes públicos e carro modesto, que está crivada de dívidas, empobrecida, assustada com o futuro, que não conhece banqueiros, só os cobradores dos bancos. É este povo pequeno, laborioso, trabalhador, sério, e hoje imensamente vulnerável que o PSD representa. Se o PSD não lhe captar os votos, vai perder outra vez.
Os banqueiros vão ter de compreender que o voto político é por cabeça, não é por capital.
Vou votar no Passos Coelho.

2 comentários:

  1. E qual é a diferença entre esse e os outros?
    Em todos 3 só vejo a velha "glória de mandar ou vã cobiça".
    O que o PSD precisa é dum Estadista. Existe algum?

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  2. Não é preciso olhar com muita atenção para ver que são todos diferentes. Quanto ao estadista, eles não existem antes de o serem, tornam-se estadistas.

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