domingo, 21 de março de 2010

a lei da rolha do PSD

Para quem conhece o PSD bem, como eu, que o fundei, o que se passou com a chamada «lei da rolha» no Congresso do PSD foi claro e não tem nenhuma importância. Mas, para os outros não é, e por isso eu explico.
Desde o princípio (leia-se, 1974) que existem no PSD, primeiro PPD, os que têm acesso aos meios de comunicação social e os que não têm. Isto cria desigualdades no debate político.
O «Zé Militante», que não tem acesso à comunicação social, sempre se ressentiu contra o baronato, que tem e que usa o acesso à comunicação social para bem das suas teses políticas e jogadas de poder, em detrimento dos outros. Por isso, são recorrentes, em todos os congressos em que participei, as críticas acerbas, descomposturas e até quase insultos contra os que, perto dos combates eleitorais, vão para os jornais e as televisões «dizer mal do Partido». A isto acresce um certo sentido clubístico do partido e muito «amor à camisola».
Neste caso, foi mais pessoalizado (o que só uma enorme incompetência dos jornalistas que cobriram o congresso não notou): foi uma revolta do povo laranja contra o Pacheco Pereira.
O Pacheco Pereira despreza o povo laranja, que considera inculto, bronco, grunho, emocional, enfim... pouco intelectual. Por sua vez o povo laranja detesta o Pacheco Pereira, que considera altivo, discriminador, snob, e nada respeitador da democracia interna. Para o povo laranja as coisas discutem-se por dentro, nas secções e nas distritais... nunca nos jornais e na televisão.
E foi isso que se passou. O povo laranja, por maioria de 3/5, mandou calar o Pacheco Pereira.
É óbvio que ele não se vai calar e que nada vai acontecer, porque nenhum órgão disciplinar irá castigar quem quer que seja por exprimir livremente a sua opinião na comunicação social.

Perguntar-me-ão, então, porque é que antes isto nunca aconteceu? É que antigamente sempre houve uma liderança que impedia que isto acontecesse. Agora não há...
Antigamente, a própria Mesa falava com os proponentes, dava-lhes atenção. concordava que «os gajos eram filhos de tudo o que eles quisessem, mas aquilo não podia ser». E transformava a proposta de deliberação em recomendação que era, depois, vagamente, aludida nas conclusões do congresso.
Só que, antigamente, o pessoal político liderante tinha outra qualidade.

3 comentários:

  1. Quando se refere a antigamente, refere-se a pelo menos, pré-Durão Barroso, certo?

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  2. Querido Pai,

    Encontrei a solução para o nosso querido País:

    Após longas semanas a compilar os dados e estabelecer os diversos cenários através de modelos matemáticos programados em computador, estou finalmente em condições de apresentar o plano para salvar Portugal.

    Alerto que será necessário ter alguma paciência e deixar as coisas correrem, mas a coisa vai lá.

    É assim:

    Passo 1:

    Trocamos a Madeira e os Açores pela Galiza, mas os espanhóis têm que levar o Sócrates.

    Passo 2:

    Os galegos são boa onda, não dão chatices e ainda ficamos com o dinheiro gerado pela Zara (é só a 3ª maior empresa de vestuário). A indústria têxtil portuguesa é revitalizada. Espanha fica encurralada entre os Bascos e o Sócrates.

    Passo 3:

    Desesperados, os espanhóis tentam devolver o Sócrates. A malta não aceita.

    Passo 4:

    Oferecem também o Pais Basco. A malta mantém-se firme e não aceita.

    Passo 5:

    A Catalunha aproveita a confusão para pedir a independência. Cada vez mais desesperados, os espanhóis devolvem-nos a Madeira e os Açores e dão-nos ainda o Pais Basco e a Catalunha. A contrapartida é termos que ficar com o Sócrates.

    A malta arma-se em difícil mas aceita.

    Passo 6:

    Damos a independência ao País Basco. A contrapartida é eles ficarem com o Sócrates. A malta da ETA pensa que pode bem com ele e aceita sem hesitar. Sem o Sócrates Portugal torna-se um paraíso e a Catalunha não causa problemas.

    Passo 7:

    Afinal a ETA não aguenta o Sócrates, e o País Basco pede para se tornar território português. A malta faz-se difícil mas aceita (apesar de estar lá o Sócrates).

    Passo 8:

    Fazemos um acordo com o Brasil. Eles enviam-nos o lixo e nós mandamos-lhes o Sócrates.

    Passo 9:

    O Brasil pede para voltar a ser colónia portuguesa. A malta aceita e manda o Sócrates para os Farilhões das Berlengas apesar das gaivotas perderem as penas e as andorinhas do mar deixarem de pôr ovos.

    Passo 10:

    Com os jogadores brasileiros mais os portugueses Portugal torna-se campeão do mundo de futebol!

    Passo 11:

    Os espanhóis ficam tão desmoralizados, que nem oferecem resistência quando os mandamos para Marrocos.

    Passo 12:

    Unificamos finalmente a Península Ibérica sob a bandeira portuguesa.

    Passo 13:

    A dimensão extraordinária adquirida que une a Península e o Brasil, torna-nos verdadeiros senhores do Atlântico. Colocamos portagens no mar, principalmente para os barcos americanos, que são sujeitos a uma sobretaxa tão elevada que nem o preço do petróleo os salva.

    Passo 14:

    Economicamente asfixiados eles tentam aterrorizar-nos com o Bin Laden, mas a malta ameaça enviar-lhes o Sócrates e eles rendem-se incondicionalmente. Está ultrapassada a crise!

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