quinta-feira, 10 de setembro de 2009

privatização da saúde e da segurança social

Está em brasa, nos Estados Unidos, a discussão sobre a privatização, ou não, da segurança social e do sistema de saúde. A privatização teria duas vantagens: (1) a alimentação do mercado de capitais com fundos astronómicos que deixariam de ser mal geridos pelo Estado e proporcionariam uma capacidade acrescida de financiamento das empresas; (2) a gestão privada seriam sempre melhor do que a pública, quer a gestão financeira os fundos recebidos dos particulares, que a gestão operacional dos serviços de saúde e de segurança social.

Hoje ambas as vantagens foram desmentidas pelos próprios interesses privados candidatos à gestão dos sistemas de saúde e de segurança social. Com a actual crise financeira, deram tais provas de ganância, incompetência e desonestidade que ninguém no seu prefeito juízo se atreverá a confiar-lhes a gestão dos sistemas nacionais de saúde e de segurança social.

Antes alguma ineficiência estadual do que aquilo que se viu, se vê e se verá.

4 comentários:

  1. Totalmente de acordo...basta olhar para este cantinho da Europa, e nem é preciso estar muito atento, para ter a noção de que com este sector privado não chegaremos a lado nenhum. Imagine-se que até há quem já venha argumentar que a gripe (H1N1) poderia colocar um cenário de "falência" no sector segurador. Tenham dó.

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  2. Se o sector segurador estiver em situação de falência, não é com certeza por causa da gripe; é pelas mesmas causas que arrastaram para a falência o sector bancário: ganância, incompetência e desonestidade. E não venham com desculpas tontas.
    Estou de acordo: tenham dó.

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  3. A mim parece-me que a questão não está tanto em quem gere, mas como gere. Ao Estado compete vigiar as boas práticas. é verdade que a ganância e a má fé aparecem mais descaradamente no sector privado, mas não será também que o Estado está demasiadas vezes mancomunado com os mesmos interesses? Não faltam por aí exemplos...A gente fica sem saber se a cegueira do regulador, lá fora como cá, é descolamento da retina ou deslizamento da ética. Vou mais pela segunda.

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  4. É com certeza deslizamento da ética. E a promiscuidade que hoje existe entre o público e o privado, entre reguladores e regulados, não augura nada de bom.
    Parece-me difícil separar quem gere de como se gere.
    Não sou, em princípio, contra a privatização, mas nunca com esta gente.

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