quinta-feira, 31 de dezembro de 2009
cultura de corrupção
Na Grécia, as oligarquias acham que a UE (leia-se: a Alemanha) irá socorrer e salvar a Grécia do colapso.
Na Alemanha ninguém está disposto a isso: a Grécia que peça socorro ao FMI.
Este quadro tem algo de familiar com o que se passa em Portugal.
quarta-feira, 30 de dezembro de 2009
a China e o dinheiro
A pena de morte é uma selvajaria que costuma suscitar protestos em todo o lado, mas neste caso não.
A China é uma ditadura brutal onde não vigoram os mais básicos direitos humanos, políticos, sindicais e sociais, o que costuma suscitar grave desaprovação, mas neste caso não.
É tal o autoritarismo e falta de liberdade, que os casais são proibidos de ter mais que um filho. E ninguém se indigna.
E toda esta complacência porquê?
Porque a China está cheia de dinheiro.
domingo, 27 de dezembro de 2009
câmara corporativa
A escolha do nome do blog é um acto falhado. Antes do 25 de Abril, eles gostariam de ter sido da Câmara Corporativa. Agora, gostariam que o PS pudesse governar como nessa altura a União Nacional, num regime de poder total do Primeiro Ministro (então Presidente do Conselho), sem oposição do Parlamento (então Assembleia Nacional) que se limitaria a cooperar, e com um Presidente da República que não interferisse e se limitasse a inaugurações.
Eles gostariam e ter um Salazócrates, os Socretinos.
golpes de estado
sexta-feira, 25 de dezembro de 2009
os novos pobres e os novos ricos
É nesta perspectiva que me ocorre pensar nos novos pobres e nos novos ricos.
Os últimos anos produziram um aumento do fosso que separa os pobres e os ricos.
Não que os pobres estejam muito mais pobres, mas há mais pobres, aumentou o seu número. Muitos foram precipitados da classe média (e até de mais alto) para a pobreza.
E há mais ricos, sobretudo ricos muito mais ricos. Aos velhos ricos acederam muitos outros, enriquecidos de modos variados, nem sempre confessáveis. E muitos velhos ricos tornaram-se novos ricos, perderam as qualidades que já tinham adquirido com o tempo e voltaram à ganância e à falta de pudor que é própria dos novos ricos.
A sabedoria dos séculos ensina que não é bom nem prudente ofender a pobreza. Os velhos ricos sabiam-no. Sabiam-no uns pela inteligência e outros pela memória das muitas revoltas, frondas, revoluções e confrontações sociais causadas pela frustração dos pobres e pela exibição de riqueza dos ricos, enfim, pela falta de respeito dos ricos pelos pobres. Foi sempre cíclico na História.
Hoje, no Dia de Natal, eu penso nos pobres e nos ricos, nos novos pobres e nos novos ricos, em como os novos ricos ofendem os novos pobres com as suas exibições de riqueza. Penso em como os novos ricos não pensam nisto. Não sabem história (isso dá dinheiro?), não pensam nos pobres (isso dá incómodo). Não lhes ocorre a mais básica das prudências, a de evitar o confronto de muita riqueza com muita pobreza e o efeito social explosivo que daí decorre.
E ocorre-me recordar Mateus (25), sobre o Juízo Final:
Quando o Filho do Homem vier na Sua glória, acompanhado por todos os Seus anjos, sentar-Se-á então no seu trono de glória. Perante ele reunir-se-ão todas as nações e Ele apartará as pessoas umas das outras, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos. À Sua direita, porá as ovelhas, e à Sua esquerda, o cabritos. O Rei dirá então aos da Sua direita:
Vinde, benditos de meu Pai. Recebei em herança o Reino que vos está preparado desde a criação do mundo. Porque tive fome, e destes-Me de comer; porque tive sede e destes-Me de beber; era peregrino e acolhestes-Me; estava nu, e deste-Me de vestir; adoeci e visitaste-Me; estive na prisão e fostes ter Comigo.
Então os justos perguntar-Lhe-ão: Senhor, quando foi que Te vimos com fome e te demos de comer, ou com sede e Te demos de beber? Quando te vimos peregrino e Te recolhemos, ou nu e Te vestimos? E quando Te vimos doente ou na prisão, e fomos visitar-Te?
E o Rei dir-lhes-á em resposta: Em verdade vos digo: Sempre sempre que fizestes isto a um destes Meus irmãos mais pequeninos, a Mim mesmo o fizestes.
Em seguida dirá aos da sua esquerda: Afastai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno que está preparado para o Diabo e seus anjos. Porque tive fome e não Me destes de comer; tive sede e não Me destes de beber; era peregrino e não Me recolhestes; estava nu e não Me vestistes; doente e na prisão, e não fostes visitar-Me.
Por sua vez eles perguntarão: Senhor, quando foi que Te vimos com fome, ou com sede, ou peregrino, ou nu, ou doente, ou na prisão, e não Te socorremos?
Esta é a superioridade moral do cristianismo. Nenhum cristão tem a obrigação de resolver todas as injustiças do mundo, mas cada um tem a obrigação de fazer o que estiver ao seu alcance. Ajudar os outros, principalmente os que estiverem em maior dificuldade, e não acumular riquezas de que não necessita.Responderá então: Em verdade vos digo: Sempre que deixastes de fazer isto a um destes mais pequeninos, foi a Mim que o deixastes de fazer.
O novo-riquismo que ofende e provoca a pobreza é insensato, mas é também uma imoralidade. Mais grave do que isso, é um pecado.
Ninguém pode amar a Deus e ao bezerro de ouro.
quinta-feira, 24 de dezembro de 2009
quarta-feira, 23 de dezembro de 2009
para quem ainda se lembrar...
insensato
Também é insensato ocultar a gravíssima - dramaticamente grave - crise orçamental, financeira, económica e social com manobras de diversão como o casamento homossexual, guerrilhas políticas com a Presidência e até com o Patriarcado.
É insensato e só pode dar maus resultados.
É inquietante a falta de resposta à crise. Já nem a Grécia, só mesmo Portugal continua a agir como se não existisse. É insensato assobiar para o lado.
domingo, 20 de dezembro de 2009
os socialistas ...
Tudo serve para disfarçar a atenção dos problemas económicos.
Mas não adianta, eles estão cá.
sábado, 19 de dezembro de 2009
às Lollas cá da terra
a lei e a natureza das coisas
A lei pode revogar a morte em homenagem ao direito constitucional à vida.
A lei pode dizer que a baleia é um peixe, que o morçego é um pássaro ou que uma zebra é uma cavalo às riscas.
A lei pode decretar os casamentos homossexuais, o tribunal constitucional pode confirmá-los, os jornalistas podem adorá-los, os maricas e as fufas podem festejá-los.
Commonsense continuará a não aceitar casamentos homossexuais,
Este foi mais um prego no caixão da segunda república: a mais corrupta, a mais porca e a mais imoral de todas.
quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
oh patego ...
Para isso, pagou-se bom dinheiro.
Vai gastar combustível, carregar carbono para a atmosfera, fazer efeito estufa, uma barulheira infernal, interditar um bocado do Tejo aos lisboetas... Isto, se não cair nenhum daqueles brinquedos na Torre de Belém.
É isto mesmo a imagem do regime: é preciso entreter os imbecis com jogos infantis, enquanto a crise se aprofunda.
Circensses sine pane
ou, em português
Oh patego olhó avião.
terça-feira, 15 de dezembro de 2009
a propósito de funerais...
Sócrates não estava obrigado a aceitar o encargo de formar governo e governar em minoria relativa. Se o fez, deve negociar realmente com a oposição, em vez de passar a vida a queixar-se e a vitimizar-se. Mas o que é que ele queria? continuar a governar do mesmo modo como se não tivesse perdido a maioria absoluta?
O voto político das últimas eleições foi muito claro: um governo em diálogo e negociação com as oposições. Sócrates, repito, não estava obrigado a aceitar o cargo de governar nestas condições, mas aceitou e tem de cumprir. E não adianta apelar para o Presidente ou fingir que se vai demitir, ao estilo "agarrem-me senão eu demito-me"
Quem perde com tudo isto é Portugal e os Portugueses. Mas, verdade seja, a culpa também é deles. Quem os mandou votar em Sócrates outra vez?
Vai ser um lindo enterro.
domingo, 13 de dezembro de 2009
o funeral de Alex (The Big Chill)
Mas, no meio da mediocridade nacional, apetece-me o génio desta cena fantástica com que acaba um filme inesquecível para a minha geração: Os Amigos de Alex (The Big Chill)
sábado, 12 de dezembro de 2009
Airbus A400
É um passo de gigante para uma capacidade militar credível da União Europeia.
Aí vai o filme oficial:
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
homossexuais casadoiros
É mais uma maneira de fugir à realidade - v. denial syndrome - ou de tentar provocar o derrube do Governo? é uma simples garotice? para quê a pressa? há alguém assim tão apaixonado no Governo ou no PS?
O Governo e o PS (são a mesma coisa) andam a tentar provocar o Presidente da República a intervir na política interna. Será para o responsabilizar por não neutralizar as iniciativas da oposição? será para o colar à oposição? será para o levar a dissolver o Parlamento e convocar eleições antecidapas? ou pensam mesmo que têm direito a governar sem oposição? sem ter de negociar com as outras forças parlamentares?
O Presidente vai pronunciar-se publicamente em breve: no Natal não vai dizer nada que não seja natalício, mas no fim do ano vai falar ao País e aos Portugueses e então vai ter de dizer algo de substancial e relevante. Não tem sentido provocá-lo antecipadamente.
Entretanto, Portugal continua a afundar-se. Vai entrar em Janeiro sem orçamento e a funcionar por duodécimos. Mas como é possível que suscite credibilidade que necessária para obter crédito externo, financiamento, investimento. Até as célebres obras faraónicas são impossíveis no sistema de duodécimos.
Entretanto, na Irlanda, são reduzidos os salários, na Hungria os funcionários já só ganham 12 meses por ano. E em Portugal, ninguém repara, ninguém se interroga, ninguém se aflige. A oeste nada de novo?
A prioridade do Governo PS é satisfazer anseios de homossexuais casadoiros.
segunda-feira, 7 de dezembro de 2009
denial syndrome
Numa primeira fase, negaram que houvesse crise económica; numa segunda fase (actual), acusam-na de ser de indução externa e negam de seja uma crise económica interna.
Enquanto continuarem a negar não começarão a enfrentar.
Haverá por aí algum psicanalista patriota que esteja disposto a falar com eles?
Depois da Islândia e do Dubai, a seguir à Grécia ...
Mas houve...
Primeiro foi a Islândia faliu. Os islandeses endividaram os seus bancos a tais níveis que acabaram num estoiro financeiro global. Numa terra com pouco sol, nem sequer se revoltaram, conformaram-se, empobreceram, entristeceram e elegeram uma governo que os quer inserir na União Europeia. O pior é que a União europeia não os quer... pelo menos no estado em que estão.
Pensou-se que se ficava por ali, mas não...
Depois foi o Dubai. Paraíso financeiro e imobiliário, colapsou pela falta de procura para aqueles disparates de construção e especulação. Pode ser espectacular, mas ninguém quer comprar aquilo. A Dubai World, empresa imobiliária «sovereign», apesar de o governo local ter expressamente excluído a sua responsabilidade, acabou por ter de ser pegada ao colo pelo Estado, que está a falir com ela.
Coisas longínquas e exóticas dir-se-á, mas talvez não...
A próxima, diz toda a gente, vai ser a Grécia. Os gregos, gente de sangue quente e tradicionalemente «trouble makers» já desataram a partir tudo na rua, a enfrentar a polícia com cocktails molotov, etc., e a mostrar que vem aí o pior.
E os próximos? Interrogam-se os portugueses....
Os próximos somos nós.
domingo, 6 de dezembro de 2009
Copenhaga - Deus queira que sim.
Eu sei, eu sei, que os objectivos de Copenhaga são caros. Mas não creio que tragam, só por si, uma degradação da qualidade de vida. Pelo contrário, poderão evitar o progressivo envenenamento do ambiente em que vivemos. Pode, é verdade, estragar o consumismo desenfreado das últimas décadas, mas isso não é tão mau assim.
Eu também sei que a questão do aquecimento global está seriamente posta em causa pelo «climagate». Mas sempre achei exagerado o catastrofismo que o envolvia. Nunca estive seguro e continuo a não estar de que haja, sequer, um aquecimento global, muito menos que seja induzido pelas causas que lhe atribuem ou que tenha as consequências dramáticas que lhe anunciam. Mas acho que é preciso não permitir que a ganância acéfala e a sofreguidão do dinheiro, conspurquem e envenenem o ambiente de todos.
Mas, voltando ao tema.
De Copenhaga, o convívio dos povos e das nações do mundo vai sair reforçado, ou não.
Deus queira que sim.
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
o Tratado de Lisboa
Foi pena que se tivesse perdido tantos anos e se acabasse com uma versão reduzida do que eu gostaria que tivesse sido feito. É verdade, é verdade, que muita gente não se habituou ainda à ideia e continua a sentir-se mais cosy no seu paísinho pequeno, à beira-mar plantado, com manjerico à porta e janelas com tabuínhas. Mas sem um mínimo de dimensão e de massa crítica, nenhum país europeu conseguiria manter-se e manter o estatuto a que se habituou, quer no aspecto económico, quer no diplomático, quer ainda no militar. Primeiro viria a irrelevância, depois o esgotamento económico, e finalmente a dominação.
Estou contente. Foi reforçada a unidade, a democraticidade e a eficiência.
A Europa é uma cultura riquíssima, com muitas cambiantes e especificidades. E não é necessário perder o que é próprio de cada povo europeu. Há muito mais de comum do que de incomum. A Europa é a terra mais civilizada do mundo e é a civilização mais rica do mundo. É também a maior economia do mundo.
Eu sou um europeu.
sábado, 28 de novembro de 2009
a sucata (2) que sucata de justiça
Foi nesse dia que as certidões do processo chegaram à Procuradoria-Geral da República.
Que sucata de justiça!
a sucata (1) o PGR
Para começar, circunstancialmente, é hoje noticiado que o PGR recusou a constituição de Manuela Moura Guedes como assistente no processo da Face Oculta. Porquê?
Vejamos:
O Código de Processo Penal, no artigo 68/1/e), diz que se pode constituir assistente, além de casos específicos,«qualquer pessoa nos crimes contra a paz e a humanidade, bem como nos crimes de tráfico de influência, favorecimento pessoal praticado por funcionário, denegação de justiça, prevaricação, corrupção, peculato, participação económica em negócio, abuso de poder e de fraude na obtenção ou desvio de subsídio ou subvenção.»
Não se percebe, por isso, qual o fundamento para recusar à Manuel Moura Guedes o estatuto de assistente.
A sucata não gosta da Manuel Mora Guedes e tem medo dela. Mas qual será a razão?
Será porque nas célebres escutas se ouve o Sócrates e dar Instruções ao Vara para que o BCP financiasse a compra da TVI para correr dali «aquela P...» ?
Mais isto leva-se a perguntar: a Face Oculta é a face oculta de quem? de uma ou mais pessoas?
O PGR tem de ter cuidado porque o seus comportamento processual - tal como aparece exteriormente - começa a tornar-se suspeito de proteccionismo ou favorecimento.
sexta-feira, 27 de novembro de 2009
o Dubai
E ainda há quem acredite na racionalidade do mercado.
O problema é que já ninguém tem onde pôr as poupanças: debaixo do colchão? em ouro? depositar notas no cofre do banco? ou acumular géneros alimentícios?
Talvez comece a valer a pena comprar terra agrícola produtiva, com vaca para dar leite e cabritinho.... e voltar à troca directa.
Entretanto, podem dar nóbeis da economia a todos os economistas: um a cada um.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
muitas crianças a chorar
O festival de chicana processual, o poder económico e mediatico dos pedófilos, a fraqueza económica e social das vítimas, os grupos de interesse envolvidos, conseguiram contaminar a justiça portuguesa com aquela lepra da perversão, da corrupção, da anomia.
A anomia é a falta total de princípios, de valores e de regras morais.
Com o auxílio de opiniões jurídicas em pareceres comprados a dinheiro, de advogados mercenários cuja consciência é lavada a dinheiro, com o auxílio de jornalistas cúmplices complacentes cujas prosas são inspiradas a dinheiro, e com a cumplicidade dos muitos adeptos desconhecidos (mas reais) daquelas práticas abomináveis, receio bem que não venha a ser feita justiça.
No fundo estamos mais uma vez perante o poder crescente do loby gay. Sim, Gay, porque no caso da Casa Pia houve muita pedofilia, mas nunca o envolvimento de mulheres ou de meninas. Desde o Pedroso, ao Herman, ao Cruz, ao Ritto (com dois tt, que querido), a todos os outros, é sempre de homosexualidade masculina, de pederastia que se trata, na sua versão mais porca e mais reles, a do aproveitamento da fraqueza das crianças.
A rede da maricagem é extensa e poderosa, e talvez consiga safar os seus pares.
Mas importa não esquecer também que o principal réu do processo é o Estado Português. O Estado que tirou crianças às sua famílias para as internar naquele mostruário onde as mais repelentes criaturas as iam buscar para as abusar sexualmente. Algumas destas crianças viviam em famílias problemáticas, é verdade, mas com certeza não tão problemáticas quanto a Casa Pia. Outras nem sequer tinham uma família que as pudesse socorrer. Foi o crime mais cobarde e mais hediondo da História de Portugal.
Se forem absolvidos os arguidos, convido daqui todas as pessoas de boa vontade para a construção em frente à Casa Pia, por subscrição pública, de um Monumento à Injustiça.
Proponho que seja uma escultura colectiva de muitas crianças a chorar.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
o custo económico da corrupção
domingo, 22 de novembro de 2009
low profile
Foi uma opção de low profile.
Para a Presidência não foi Junker nem Blair. Nem um eurocêntrico nem um eurocéptico. Foi um político muito inteligente, ponderado, respeitado e construtor de consensos. Penso que foi uma boa escolha. O avanço institucional (aprofundamento) da UE foi muito forte e importa evitar rupturas. Nesse aspecto, foi a escolha ideal. É claro que é mais um Presidente interno do que externo, mas foi o que era preciso. O tempo é de consolidação.
Catherine Ashton vem do comércio externo, onde teve uma boa experiência e desempenhou um óptimo papel. A sua designação significa que a diplomacia da União vai ser dominantemente económica. A UE não se vai entreter muito com conflitos armados, mas sobretudo vai tratar das questões do comércio e da economia internacionais. Que eu saiba, é disso que a Europa precisa neste momento.
Os analistas e os jornalistas ficaram decepcionados. Não houve crises nem espectáculo. Houve commonsense.
sábado, 21 de novembro de 2009
a nave dos loucos
O Presidente do Supremo Tribunal de Justiça e o Procurador-Geral da República detestam-se há anos, mas têm ambos, por igual, o sentido da oportunidade – há quem lhe chame do oportunismo – na construção das respectivas carreiras profissionais. Embora pareça já não haver mais por onde subir, nunca se sabe e convém estar sempre de bem com quem importa. E, assim, esmeram-se ambos em desresponsabilizar o Primeiro Ministro, em deixá-lo incólume e sem incómodo, mas – claro está – atirando a culpa um para o outro.
O Ministro das Finanças apresenta um remendo ao orçamento em que quer mais quatro mil e tal milhões de euros, porque já não há mais dinheiro para gastar. Quer dizer: o País faliu. E, perante isto, desatam os políticos, os comentadores e os jornalistas em exercícios verbais: é um «orçamento rectificativo» ou um «orçamento redistributivo». E não se cansam de debater esta «vexata quaestio».
O DIAP de Aveiro apanhou um rede de corrupção e tráfego de influências. E logo se empenha tudo a discutir sobre escutas telefónicas, como se a corrupção fosse um honesto ofício e a investigação criminal uma perversão pestilenta.
Uma empresa pública do sector das estradas «perdoa» 430 milhões de euros a dois empreiteiros – muito próximos do Governo, quem diria. Em vez de se demitir e pintar a cara de preto, o respectivo presidente indigna-se contra o Tribunal de Contas que discordou desse «virtuoso desprendimento» e ameaça quem apareceu na televisão a falar do assunto.
Houve dois bancos que faliram fraudulentamente e ninguém está preso. O ex-presidente de um deles queixa-se que não tem dinheiro para viver. Será que lhe vão dar o «rendimento mínimo de inserção»?
Não sei se há qualquer coisa na água que os portugueses bebem, ou se têm «bug» no software.
Acho que estão loucos, doidos varridos, estão mesmo de internar.
domingo, 15 de novembro de 2009
o novo hino do PS
É tocado e cantado pelos Beatles e chama-se MONEY
horizonte sombrio
Não sei se a notícia é mesmo boa ou é só menos má. O regresso ao crescimento poderá trazer consigo a inflação e o aumento das taxas de juro. O problema é o da descoincidência entre os ritmos das economias europeias e da portuguesa. Se a economia portuguesa não acompanhar a recuperação da economia europeia, se não crescer de todo ou se crescer acentuadamente menos, a sua situação agravar-se-á. A dívida pública e a dívida privada, internas e externas, que hoje são enormes passarão ser ser muito mais caras, o que irá absorver os poucos recurso disponíveis para o investimento e agravar ainda mais os desequilíbrios.
Entretanto, a União Europeia já fixou a Portugal um ritmo de recuperação do défice que porá o País a pão e água durante anos. Adeus hiper-consumo. Sem ser puxada pelo consumo interno, a economia portuguesa vai ter de contar principalmente com as exportações. Nos serviços, o turismo continuará a pontificar, mas as manufacturas, subcapitalizadas e com baixa competitividade vão sentir dificuldades. Entretanto, uma banca descapitalizada e com hábitos persistentes de crédito predatório, não vai ajudar.
A agravar tudo isto, a falta de qualidade das estruturas políticas e dos seus protagonistas não pode ajudar.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
i can get no satisfaction
No, no, no...
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
será possível, ou mesmo aconselhável ?
Este primeiro ministro está envolvido em cada coisa e em tais coisas que está a perder aceleradamente a respeitabilidade.
Os dias maus que aí virão exigem um governo legitimado substancialmente (não chega a legitimidade constitucional-formal) dirigido por um primeiro ministro acima de qualquer suspeita, em quem os portugueses tenham plena confiança quanto à seriedade e competência.
Esse primeiro ministro não é este primeiro ministro.
Mas será possível, ou mesmo aconselhável, mudar de primeiro ministro nesta altura, como ou sem novas eleições? Não irá essa mudança agravar ainda mais o défice de confiança dos portugueses nas instituições e o pessimismo geral?
Não interessa repetir o juízo da culpa do PSD que teve a vitória eleitoral na mão e não soube ganhar, ou do eleitorado que votou ininteligentemente em quem já revelava as características que tem, nem numa imprensa arregimentada que sempre deu cobertura a tudo isto.
É preciso pensar bem, com cabeça fria.
Que será de fazer quando Sócrates for mesmo constituído arguido num dos vários processo pendentes em tribunais portugueses?
Que será de fazer quando Sócrates for mesmo condenado num tribunal inglês - há um processo em curso - por co-autoria ou cumplicidade em corrupção no caso Freeport? E se esse tribunal inglês emitir mandato de captura europeu - pode fazê-lo - contra Sócrates, primeiro ministro de Portugal?
Não se pode fechar os olhos nem olhar para o lado.
É preciso pensar.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Sócrates e Berlusconi
Sócrates e Berlusconi têm o mesmo género de problemas com a justiça.
Sócrates e Berlusconi beneficiam ambos de impunidade judicial em virtude de hábeis alterações cirúrgicas introduzidas na legislação pelos seus partidos.
Mas,
Berlusconi é riquíssimo e Sócrates nem por isso.
Berlusconi tem uma oposição fortíssima dos juízes e Sócrates nem por isso.
Berlusconi tem uma oposição fortíssima dos jornalistas e Sócrates nem por isso.
Berlusconi tem uma oposição política fortíssima e Sócrates nem por isso.
Berlusconi gosta de mulheres bonitas e Sócrates nem por isso.
domingo, 8 de novembro de 2009
é o fim do caminho... é a lama, é a lama...
a face oculta e o Procurador
Isto é grave e começa a configurar um caso de encobrimento.
O Procurador tem de se explicar.
sábado, 7 de novembro de 2009
a face oculta de Sócrates
Perguntado, o Procurador disse que está a estudar essas gravações e que oportunamente se pronunciará.
É importante que o Procurador compreenda que os portugueses têm o direito de saber o que consta dessas gravações, porque se trata de possível envolvimento do Primeiro Ministro em práticas que poderão ser de corrupção.
Os cidadãos têm o direito de escrutinar democraticamente os seus governantes.
porque seria ?
Acho que já sei: foi porque a investigação foi feita pela Directoria de Aveiro da PJ e não pelo DCIAP de Lisboa.
Percebi isso quando vi a Cândida Almeida nervosa a dizer coisas atabalhoadas sobre ele.
Não há candura que justifique!
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
uniões homossexuais (2)
No meu tempo de juventude, eram os padres que queriam casar. Agora são os homossexuais.
O casamento é uma instituição muito antiga, que sempre tem sido reservada para uniões heterossexuais ligadas à instituição da família. Tem uma imensa dignidade que lhe vem de ser originariamente um sacramento religioso – um voto – que, mais tarde, no princípio do séc. XX, veio a ser laicisado como um contrato civil. A sua dignidade não lhe vem da recente natureza contratual, mas antes da sua antiquíssima natureza sacramental, votiva e familiar.
Toda a gente sabe que existem uniões homossexuais mais ou menos perdurantes e apoiadas em projectos de vida em comum assente no afecto. Essas uniões têm sido reconhecidas pelo direito como tais, mas não como casamentos. A quem estiver interessado recomendo a consulta da lei inglesa - Civil Partnership Act - de 2004, que está tão bem feita e tem dado tão bons resultados que bem poderia ser traduzida para português e legislada pela AR (é melhor não os deixar pensar nem inventar). Resolve todos os problemas e satisfaz todas as exigências, menos uma: não lhe dá o nome de casamento. Poderia ser usada a designação «união homosexual» ou outra semelhante.
Parece que o importante seria o uso da expressão casamento pelo seu «valor simbólico». Mas tal constituiria uma mistificação e uma falsificação terminológica. É que a dignidade e o valor simbólico do casamento vêm da sua natureza sacramental e da sua ligação à constituição da família, como sua pedra angular, o que de todo falta nas uniões homossexuais.
Os homossexuais são cidadãos e cidadãs como toda a gente e têm direito à correspondente dignidade cívica. O que não têm é direito a pretender ser o que não são. E é mesmo patético que sejam eles próprios a se desdignificarem quando se não conseguem assumir como são, sem precisar de parasitar a dignidade duma instituição que lhes é completamente alheia.
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
homens e mulheres: igualdade e diversidade
Há igualdade nas profissões, nas artes, nas letras, na ciência, na política e recentemente até na guerra.
São profundamente diferentes e complementares na família, no amor, nos afectos.
Quem não perceber isto é porque não percebeu nada.
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
símbolo sexual
Para manifestar o meu repúdio e também para fazer a minha provocação, aí vai, do Roberto Carlos, o meu símbolo sexual:
sábado, 31 de outubro de 2009
face oculta
Mas acrescento algumas interrogações:
Porque é que o Banco de Portugal só agora se lembrou de 'investigar' Armando Vara, quando já toda a gente o conhecia?
Porque é que Armando Vara só vai ser interrogado no dia 9?
Porque é que este caso só aparece a público depois das eleições?
Porque é que os jornais só revelaram os nomes de alguns dos envolvidos?
Porque é que o BCP se apressou a manifestar a confiança em Armando Vara?
Porque é que o BCP tem esta queda para gente assim?
Não é possível continuar a impunidade. Apesar do que escreve Jorge Assunção, apesar de não serem 'todos iguais', há uma coisa em que os corruptos têm sido todos iguais: é na impunidade.
Desde Sócrates, a Fátima Felgueiras, Valentim Loureiro, a Isaltino, a Dias Loureiro, a Oliveira e Costa, àqueles cujos nomes desconheço envolvidos nos submarinos, no portucale, na operação furação, no freeport, nos contentores, naqueles concursos públicos que se sabe, etc., etc., etc., que mais nos irá acontecer. Até já em provas académicas universitárias aparecem coisas destas!
Já não se pode confiar na seriedade dum concurso público, duma adjudicação, duma concessão, até de despachos e decretos-lei. Nós não somos todos iguais, Jorge Assunção; eles é que são. Eles, os xico-espertos, os amigos, os cunhados, os empenhados, os milagrosamente enriquecidos, são todos iguais na impunidade. E ficam a rir-se de nós.
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
não há banqueiros no Céu - 2
Começou como caixa na Caixa (Geral de Depósitos), depois mergulhou no PS e voltou à superfície como administrador da Caixa Geral de Depósitos. Daí saltou para Vice-Presidente do BCP.
Agora foi constituído arguido por crimes ligados à desonestidade.
Como era de esperar, o BCP manteve-lhe a confiança e o Banco de Portugal continua a considerá-lo idóneo para o exercício do cargo.
Isto só se pode ser explicado porque o BCP tem uma péssima opinião de si próprio e o Banco de Portugal uma péssima opinião do sector bancário português.
Pior que um socialista, só um socialista banqueiro.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
não há banqueiros no Céu
Já se esperava, foi-se atrasando artificialmente, até às eleições, mas não podia mais ser contido. Agora vai ser uma cascata de encerramentos de empresas, de lay-offs; vai ser um rio de desesperados.
Entretanto, o padrinho da banca aparece na televisão, com brilhantina no cabelo e óculos na ponta do nariz, sem um sorriso no rosto e com o olhar façanhudo, a dizer que são os accionistas que fixam os vencimentos dos banqueiros. Quer dizer, que são eles que fixam a si próprios os seus réditos enormes, excessivos, provocantes, imorais, pecaminosos. Ganham por mês o que o humildes não ganham numa vida. E não querem partilhar, nem mesmo quando os seus bancos foram salvos com os magros IVAs dos pobres.
Eu sempre soube que não há banqueiros no Céu. Não passam no buraco da agulha. Não se pode ao mesmo tempo amar os pobres e o bezerro de ouro.
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
um governozinho
O interesse dos partidos é outro. O PS acha que a oposição não pode derrubá-lo porque só teria a perder numa subsequente eleição. O PSD porque acha que perderia votos se entrasse em coligação e que vai capitalizar com o descontentamento que resultará do aprofundamento da crise económica e social. Os pequenos partidos de contra-poder acham o mesmo.
É por isto que Portugal vai ter um governo sem a força política necessária para enfrentar as dificuldades e os desafios presentes e futuros. E vai continuar a empobrecer.
Não se diga que era inevitável. Na Alemanha, o SPD e a CDU-CSU fizeram uma coligação de bloco central e governaram, conseguindo ultrapassar a crise. Claro que ambos perderam votos, o SPD mais que os outros. Os outros vieram agora a coligar-se com o FPD (liberal) e vão continuar a governar bem.
O novo Governo Português, na sua lógica, vai usar de toda a demagogia e propaganda para poder ganhar as eleições subsequentes a uma sua queda prematura. Vai piscar o olho à direita (à direita económica) com umas obras públicas e à esquerda (à esquerda ideológica) com mais rupturas da moralidade tradicional.
Portugal vai continuar desgovernado.
domingo, 25 de outubro de 2009
a educação e a justiça
Por isto, parece-me bem Isabel Alçada na educação, porque é uma pessoa civilizada, ao contrário a antecessora. Já não é boa a continuação de Mariano Gago na Ciência e na Universidade, porque tem tido um desempenho medíocre.
Na Justiça, Alberto Martins é melhor que Alberto Costa. Qualquer um seria. Mas não creio que seja capaz de reformar o sistema.
Os dois grandes problemas de Portugal, hoje, além do financeiro (como sempre) são a educação e a justiça.
O próprio Sócrates é um bom exemplo disso mesmo.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
Deus morreu?
«Deus morreu» e estava assinado «Nitzsche»
Por cima, havia outra inscrição:
«Nitzsche morreu» e estava assinado «Deus»
Depois de ter visto em debates televisivos a decrepitude mental de Saramago, lembro-me daquelas inscrições e apetece-me escrever:
«Saramago morreu» e assinar «eu»
domingo, 18 de outubro de 2009
o bloco central dos negócios
Há uma direita ideológica com princípios e valores e outra direita económica que visa o enriquecimento pessoal.
Há uma esquerda ideológica com princípios e valores e outra esquerda económica que visa o enriquecimento pessoal.
O poder político, em Portugal, hoje, está na mão do bloco central dos negócios, uma coligação entre a direita económica e a esquerda económica. A direita económica alimenta de dinheiro a esquerda económica e a esquerda económica dá à direita económica legitimidade político-social e algum controlo da rua.
Tudo isto apoiado num aparelho de comunicação social comprado e financiado pela direita económica cujos protagonistas visíveis são da esquerda económica.
O objectivo conseguido é o controlo do poder político, do poder económico e do poder mediático pelo bloco central dos negócios.
sábado, 17 de outubro de 2009
outra vez, não ! please
His strongly worded criticism, at a banking conference in Frankfurt, highlighted European policymakers’ fears that the recovery of the financial market is encouraging bankers worldwide to believe life can return to how it was before the crisis – risking a popular backlash.
Financial Times hoje
Espera-se bem que estes banqueiros da treta não nos metam outra vez em sarilhos e não nos venham usar o dinheiro dos impostos para sairem deles.
Por favor, tirem-lhes o alvará de banqueiros e metam-nos na cadeia - where they do belong !
a piza financeira
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
Helena Roseta
Agora se verá quais são os partidos que são mandados pela Mota/Engil.
É importante olhar para o que irá acontecer, para as respostas, os pretextos e as desculpas que irão ser dados e para quem os vier a dar.
Os Portugueses ficarão a saber quem é quem e quem é o quê, quem é sério e quem não é.
terça-feira, 13 de outubro de 2009
Lisboa e Tejo e... quem?
Foram eleitos na lista de António Costa.
É importante saber de que lado estão. Se ainda estão do lado de cá, ou se passaram para o lado de lá. Importa saber com quem conta a Cidade de Lisboa.
Conheço bem Helena Roseta; Nunes da Silva só assim assim.
A Helena vai tentar, vai discutir, vai bater-se. Penso que vai perder e sair a bater com a porta.
O Nunes da Silva não sei.
Vamos ver o que se vai passar com estes dois. Pode ser que consigam impedir, limitar ou reduzir a selvajaria e a brutalidade que a ganância da Mota/Engil, do Jorge Coelho e do próprio Sr. Mota (o patrão) querem infligir à Cidade de Lisboa. Tudo pode acontecer.
Para já, ajudaram à vitória da Mota/Engil na Câmara de Lisboa. Foi tal que até as suas acções subiram na Bolsa.
À Helena Roseta e ao Nunes da Silva deixo um reminder: nunca se esqueçam que
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
os contentores (outra vez)
Quem não quiser os contentores em frente ao Museu de Arte Antiga deve votar em qualquer um menos no António Costa. O que ele disse mostra bem que vai permitir o plano da Mota/Engil e destruir ainda mais a orla ribeirinha de Lisboa. E isto é péssimo para todos os lisboetas, com excepção apenas dos que estiverem ligados à Mota/Engil.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
o Edito
É urgente instaurar esta prática.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
o 5 de outubro
Durante o Estado Novo, esta efeméride servia de pretexto para as manifestações possíveis da oposição (o reviralho, como lhe chamava a situação).
Hoje, salvo a ternura que lhe dedica a comunidade maçónica, quase ninguém lhe dá importância nenhuma.
A relativa irrelevância da data vem da relativa inutilidade e ineficácia do facto. Mudou o regime de monarquia para república, a família real exilou-se mas, salvo as ininteligentes manifestações de anticlericalismo e algumas violências carbonárias, o sistema político da República foi mais ou menos igual ao da monarquia: um regime parlamentar com governos fracos e caducos, instabilidade política e crise financeira endémica. A República acabou por morrer às mãos da sua própria inépcia e incipiência, e sob o cutelo final do Estado Novo.
O 5 de Outubro, hoje, é mais um feriado em que os lisboetas saem da cidade e ninguém (quase) se dá ao incómodo de concentrar na Praça do Município.
Podia bem servir para que os políticos, os partidos e os titulares dos cargos públicos meditassem sobre a perda de respeitabilidade e de credibilidade das instituições democráticas na generalidade da população, hoje.
domingo, 4 de outubro de 2009
o referendo irlandês
Agora, a ala mais direitista (leia-se: pró-americana) do Partido Conservador quer que, apesar de já ter sido ratificado pelo Reino Unido, o Tratado seja submetido a referendo mesmo que já tenha entrado em vigor quando (segundo prevêem) vierem a ganha as próximas eleições; o líder tinha dito que só o submeteria a referendo se ainda não tivesse entrado em vigor (leia-se: ainda não tivessem assinado os Presidentes polaco e checo). Na sequência desta atitude, a desvantagem dos trabalhistas baixou 5%.
Não obstante todas estas tentativas (mais ou menos desesperadas) de travar o rumo natural da História, é de esperar que cedo venha a entrar em vigor o Tratado de Lisboa.
A União Europeia ganhará eficácia na acção, o Parlamento Europeu ganhará maiores poderes e passará a ser melhor fiscalizado pelos Parlamentos dos Estados Membros.
A Europa, com os seus mais de 500 milhões da habitantes e a maior economia do mundo, tornar-se-á cada vez mais relevante. Cessará a relativa fraqueza consequente da sua fragmentação.
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
como o inglês no uganda
Como Portugal se está a tornar Uganda, Commonsense vai tornar-se um «inglês no Uganda»: o dia, a noite, o vento, o mar, os bichos, o ladrões, os corruptos, os recebedores-de-comissões, os arranjadores-de-negócios, os compradores-de-jornalistas, os pagadores-de-políticos, os jornalistas e os políticos, a escom, a mota/engil, o jorge coelho, o isaltino, o valentim loureiro, a fátima felgueiras, o paulo pedroso, o sócrates, o eleitorado, os traficantes e os drogados, os pedófilos e os seus advogados, os banqueiros e os agiotas, tudo isto é inevitável e faz parte da natureza. É preciso viver com tudo isso, sem me misturar nem me cafrealizar. E não vale a pena dar murros em pontas de facas.
Como já não há os ingleses que andavam no Uganda nem o Uganda desse tempo, numa actualização imprescindível, Commonsense será aqui como um Europeu em Portugal.
quarta-feira, 30 de setembro de 2009
o sexo dos anjos
O Governo Português vai ter de propor à Comissão Europeia políticas e medidas concretas tendentes à redução do défice. Commonsense não está a ver, nem um Governo capaz de o fazer, nem que políticas e medidas tendentes à redução défice poderão ser propostas pelo futuro Governo, seja ele qual for.
Se Portugal não propuser um plano concreto e credível de redução do défice ou este não for aprovado, a Comissão Europeia passará a reter os fundos comunitários (ou parte deles) que deixarão de ser recebidos em Portugal.
Os Portugueses parecem os Bizantinos, a discutir o sexo dos anjos, talvez para deixarem olhar aquilo que não querem enfrentar.
finalmente, uma supervisão credível
(Nota: este assunto não suscitou o interesse do pequeno mundo dos jornalistas portugueses)
terça-feira, 29 de setembro de 2009
o pequeno mundo dos jornalistas 2
De Belém ninguém disse nada, tendo apenas sido demitido o jornalista de Belém.
Os jornalistas e os políticos exigiram de Belém esclarecimentos. Belém deu os esclarecimentos.
Estes esclarecimentos foram poucos porque a história também não era muita.
Neste momento, nas televisões, jornalistas entrevistam jornalistas e criticam Belém.
Continuamos reféns do pequeno mundo dos jornalistas.
o pequeno mundo dos jornalistas
Em Portugal a política, a actividade cívica... e até o futebol... tudo é determinado pelo que os jornalistas pensam e dizem.
Estamos reféns do pequeno mundo dos jornalistas.
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Bons resultados na Alemanha
A Alemanha via conseguir assim ser governada para a saída da crise económica. Vai continuar a não admitir a entrada prematura da Turquia na UE, vai ter capacidade para se adaptar ao Tratado de Lisboa e para continuar a ser a locomotiva económica da UE.
O Ministério das Finança parece que irá para os liberais, o que é bom para reduzir o défince e o peso excessivo da Estado na economia.
Entretanto, a UE vai abrir um processo de défice excessivo a Portugal. Outra vez. Agora é que vai começar o fim da festa. Por onde é que Sócrates vai poupar no défice? Aceitam-se sugestões.
domingo, 27 de setembro de 2009
Eu sou um europeu que nasceu aqui
O que me anda a parecer é que CDS e PSD cada vez são mais a mesma coisa (qualquer dia fundem-se), que o PS é cada vez mais PSD e que eu cada vez tenho menos a ver com tudo isto. Estou mais interessado nas eleições alemãs e, para a semana, no referendo irlandês.
Enfim, este povo tem o que merece. É rasca, é reles e é medíocre, mas é democrático. O parlamento e o governo vão ser a imagem da nação.
Quando recentemente estive na Bélgica, perguntei a um comissário com quem jantei se era possível ter a cidadania europeia sem ter de ter uma de um Estado Membro. Disse-me que não. Mas nada me impede de, pessoalmente, só assumir a cidadania europeia.
Eu sou um europeu que nasceu aqui.
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
...e ainda pior...
Com esta prática, ficam os demais magistrados a saber que quem acusar socialistas importantes, por exemplo, Sócrates, vai ser prejudicado na sua classificação e, portanto, na sua carreira.
Isto é demasiado grave. Depois das pressões sobre o Ministério Público, sobre a comunicação social, sobre os funcionários públicos, sobre os empresários, etc., etc., agora são os próprios Juízes que são despudoradamente pressionados, condicionados, ameaçados, «congelados».
É mesmo tão grave que ainda me vai levar a reconsiderar a minha opção pelo voto branco: é que, por mais que me custe votar na Manuela e nos seus anõesinhos, repugna-me vir (ou continuar) a ser governado... por «isto».
segunda-feira, 21 de setembro de 2009
...de mal a pior...
Por sua vez, o enfraquecimento político do Presidente é péssimo para o País. Na falta de maiorias, a próxima solução de governo necessita de uma mediação presidencial e pode mesmo vir a precisar de um reforço da intervenção da Presidência da República na governação durante o próximo quadriénio.
Vejo com muita preocupação a situação política, em Portugal, a degradar-se aceleradamente, quando é previsível o agravamento da situação económica e o aprofundamento da crise social.
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
the day after
Olhando para situação da economia e das finanças, as perpectivas são péssimas. O próximo governo, seja ele qual for, vai ter de tomar medidas draconianas. Não sei quais serão e nem me apetece pensar nisso.
Mas, já agora, recordo que, na Hungria, o IVA foi subido para 25% (com um efeito dramático nos preços) e a função pública foi reduzida a 12 meses por ano.
Pensem nisto.
terça-feira, 15 de setembro de 2009
crisis, what crisis?
Bastonário paga jantar de 300 euros com ministro
A reunião de "alto nível" realizada na Ordem dos Advogados há uma semana, que juntou Marinho Pinto, Alberto Costa, Pinto Monteiro e Noronha Nascimento, acabou também com um jantar de "alto nível" num dos mais caros restaurantes de Lisboa. Já sem o presidente do Tribunal de Justiça, Noronha Nascimento, o bastonário da Ordem dos Advogados, o ministro da Justiça e o procurador-geral da República jantaram no Gambrinus, e a refeição, regada com uma garrafa de tinto ‘Evel Grande Escolha’ de 2004 – que naquele restaurante custa 96 euros –, ascendeu a perto de 300 €, segundo apurou o CM.
Nota 1: Este Bastonário começou o seu mandato a criticar as despesas dos anteriores membros da Ordem no Gambrinus
Nota 2: O Gambrinus é conhecido como «a cantina da Ordem dos Advogados»
Nota 3: Cantaria o Zeca Afonso: Eles comem tudo e não deixam nada...
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
...tudo é vaidade e vento que passa...
Estive rodeado por uma paisagem linda, que não queria estragar.
Depois de amanhã parto para Berlim, a respirar civilização.
Continuo a não ter a intenção de ver debates ou entrevistas.
Os protagonistas são tão previsíveis, tão predictable, que não vale a pena.
Restam os jornalistas (e os analistas) a decretarem quem ganhou e quem perdeu.
E assim se ocupam, se interessam, se emocionam, se convencem de que existem e se envaidecem de si mesmos.
Como diz o Eclesiastes: Vaidade, vaidade! Tudo é vaidade e vento que passa.
domingo, 13 de setembro de 2009
terra do fogo
Houve de tudo: beatas atiradas das janelas dos carros para a berma da estrada, queimadas imprudentes (e proibidas) mal controladas, ódios velhos e até fogos postos descaradamente.
Dá para alvitrar que o Norte de Portugal passe a ser chamado Terra do Fogo.
sábado, 12 de setembro de 2009
por que não um concurso público europeu ...
Não seria de ponderar, na próxima revisão constitucional, a possibilidade (liberdade) de candidatar cidadãos europeus verdadeiramente capazes?
quinta-feira, 10 de setembro de 2009
privatização da saúde e da segurança social
Hoje ambas as vantagens foram desmentidas pelos próprios interesses privados candidatos à gestão dos sistemas de saúde e de segurança social. Com a actual crise financeira, deram tais provas de ganância, incompetência e desonestidade que ninguém no seu prefeito juízo se atreverá a confiar-lhes a gestão dos sistemas nacionais de saúde e de segurança social.
Antes alguma ineficiência estadual do que aquilo que se viu, se vê e se verá.
segunda-feira, 7 de setembro de 2009
onde andam as elites portuguesas?
O fidalguismo conduziu Portugal a uma tremenda rarefacção de pessoas com qualidade. Mais ou menos em todos os sectores da sociedade, desde a política, ao ensino, às artes, à ciência, à tecnologia, à empresa, etc., são demasiadamente poucas as pessoas com verdadeira qualidade. São demasiados os portugueses que não têm qualidade e nem sequer estão interessados em tê-la.
Isto viu-se bem, por exemplo, em inquéritos sobre o Tratado Constitucional Europeu, depois sobre o Tratado de Lisboa: um número esmagador de pessoas disse que não conhecia, mas não fez um esforço para conhecer. E olhava acusadoramente para sabe-se lá quem dizendo que «deviam» informar melhor. E, pergunto eu, por que não deviam informar-se melhor?
Do mesmo modo dedicam-se à leitura dos muitos jornais desportivos e sobre questões políticas limitam-se ao chavão: «são todos iguais, não vou votar» deixando o seu destino em mão alheias.
Queixam-se e choram das suas dificuldades, à vezes até se indignam, mas pouco ou nada fazem para sair delas. Têm pena de si próprios. São exigentíssimos com os outros e nada consigo mesmos.
Tudo isto vem a propósito da lamentável alternativa que se apresenta ao eleitorado: Sócrates e Manuela. São os dois péssimos. Sócrates é um suburbano pretencioso, ignorante e espertalhaço, que não sabe nada de coisa nenhuma e se vangloria permanentemente daquilo que não é, não fez e não merece. Manuela ficou com a ideologia política da Acção Católica dos anos 60, do tempo em que andou na Faculdade. Nunca se actualizou, nem sequer domina o discurso oral, cometendo constantes falhas de concordância, incoerências, contradições etc. Na política de família, ficou antes do Vaticano II. Não cuidou conhecer o eleitorado e as propostas que apresenta entusiasmam uma faixa bem magra da sociedade.
O que é dramático é não haver, ou não aparecer, mais gente. Gente com qualidade, nos vários sectores do espectro político. O que é importante como facto político nestas eleições não é que ganhe este ou aquele candidato: é que, ganhe quem ganhar, quem ganhar não presta, como não prestará qualquer coligação que venha a formar-se.
Há realmente uma dramática falta de elites em Portugal. Por onde andam elas, será que estão dispersas, ou não existem mesmo?
a nova geração de magistrados e as pressões orais
A geração anterior está muito (embora não na totalidade) influenciada por linhas políticas e principalmente pela maçonaria. Desta geração são os magistrados do Ministério Público superiores hierárquicos dos dois referidos no parágrafo anterior.
A Magistratura do Ministério Público - ao contrário da Magistratura Judicial (juízes) - não é verdadeiramente independente e os superiores hierárquicos podem dar instruções
àqueles que superintendem. E é aqui que está o grande problema do processo Freeport. As instruções têm de ser escritas, mas há uma fortíssima e antiquíssima tradição de instruções orais que não ficam documentadas nos processos.
Há quem esteja a pressionar os procuradores do processo Freeport para que o concluam sem envolver Sócrates e os seus próximos e principalmente sem os constituir aguidos. Sucede que os procuradores do processo não devem obediência a instruções que não sejam escritas e não querem assumir tal orientação como de sua inciativa.
Daí toda esta confusão de pressões.
domingo, 6 de setembro de 2009
os amigos são para as ocasiões
E, continuando nesta promiscuidade entre políticos e magistrados, ainda estamos para saber por que razão deram o 'caso Freeport' a uma pessoa - a dramaturga Cândida Almeida - com ligações ao PS (campanha de Soares em 2006). A "dramaturga" deve ser gralha.
Não sabia que Cândida Almeida, além de procuradora chefe do DCIAP, tinha proximidade política com o PS a ponto de participar na campanha eleitoral de Soares.
Pensava - oh santa ingenuidade! - que os magistrados no activo não podiam ter actividades político-partidárias e também - agora santíssima ingenuidade! - que nesta circunstância ela própria recusaria um caso como o Freeport.
É uma vergonha para a justiça - e torna fundadas todas as suspeitas - que, além de Lopes da Mota (também participante em campanhas socialistas), também Cândida Almeida esteja na mesma situação.
É verdade que quase já não há cargos públicos que não sejam ocupados por socialistas (oficialmente militantes, não oficialmente militantes, simpatizantes, etc.). Mas desta maneira se compreende a parcialidade com que tanta gente no aparelho judiciário se movimenta para evitar que sejam beliscados Sócrates e, agora também, Pedro Silva Pereira.
Estes truques poderão ser eficientes e conseguir a "absolvição" oficial de Sócrates e do seu governo da acusação de suborno no caso Freeport.
Mas não conseguirão convencer ninguém que tenha dois dedos de testa.
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
TVI 4 - a TVI espanhola
Com isto, o diário pró-governamental tentou desviar a autoria do afastamento para além da fronteira.
Mas basta saber da ligação da PRISA ao PSOE e deste ao PS português (o partido-irmão) para ver a mãozinha de Sócrates nesta vergonha.
Sócrates é mesmo assim: um homem sem carácter. Depois de fazer as vergonhas que faz, tenta imputá-las a terceiros. Também no Freeport.
Por cá, ficamos a saber que a TVI é dirigida por espanhóis a partir de Espanha. Espanhol por espanhol, sempre é melhor ver a TVE.
De fuga em fuga, de patifaria em patifaria, Sócrates vai-se enterrando. Só pode ser salvo mesmo pela outra Manuela, a Ferreira Leite, de tão má alternativa que é.
Freeport again: a tentação do encobrimento
Carlos Guerra, antigo presidente do Instituto de Conservação da Natureza e sexto arguido no caso Freeport, quer o afastamento dos procuradores que trabalham no dossier por suspeitar da sua independência e imparcialidade.
Esta é mais uma tentativa de afastar do processo do Freeport os dois procuradores que continuam a resistir às pressões da PGR e do DCIAP para que encerrem o processo sem acusar Sócrates e, pior ainda, sem chegar a ouvi-lo como arguido.
É uma inversão de tudo o que existe num processo penal sério: transformar os procuradores em suspeitos e os arguido em vítimas, os corruptos em coitadinhos e quem persegue a corrupção em os maus da fita. É a continuação da tentativa de pressão de Lopes da Mota. É a luta entre a Justiça e o Crime.
Esta gente é o máximo: será que já não há o direito de cobrar comissões nos actos de governo e de administração? de enriquecer na política e no Estado? então para que vale fazer carreira no partido? tirem daqui estes chatos destes procuradores que não sabem como as coisas são e deixem funcionar o mercado: quem pagar mais é quem leva a autorização, a licença, a adjudicação, o concurso. Querem acabar com o "sistema"?
Claro que querem acabar com o "sistema" e fazem muito bem.
Pelo modo como isto está a evoluir, poder-se-á chegar ao extremo em que os cidadãos comuns terão de se constituir assistentes no processo - têm direito de o fazer - e requerer formalmente a inquirição de Sócrates ou, em desespero de causa, participar criminalmente ao PGR a tentativa do crime de encobrimento.
Não esqueçamos como foi encoberto o caso de Camarate.
o burro vaidoso
Mas as coisas mudaram, já não se trata só de um burro vaidoso, de um pipi suburbano, de um parolo ignorante: agora trata-se de um tiranete autoritário.
Commonsense não vai dar quartel:
sicuta para o Sócrates!
TVI 3
O projecto totalitário-empresarial de Sócrates está a pôr em perigo a nossa liberdade e cidadania.
É preciso fazer o que for preciso! É preciso correr com o Sócrates daqui para fora, e com a sua quadrilha de socretinos e salafrários.
A Manuela Moura Guedes é uma chata. É verdade. Mas é democrático ter de aturar quem diz mal do governo e dos governantes. Hoje passou a haver menos liberdade de imprensa e de expressão do que nos tempo de Marcelo Caetano. E isto por um projecto político-empresarial de controlo político total e de maximização do lucro.
Não pode ser!
Se os cidadãos não defenderem a república, ela não se defende sozinha!!!
TVI 2
dessintonizar a TVI nos nossos televisores
TVI 1
O telejornal da Manuela Moura Guedes foi suspenso na TVI.
Está em curso um ataque à imprensa livre como só na Venezuela de Chavez.
Sócrates, sim, aquele da falsa licenciatura, das assinaturas de projectos alheios, do Freeport, dos apartamentos no Heron Castilho, das ligações perigosas com tudo o que são empreiteiras e imobiliárias, e bancos (semi)falidos, como nem em Angola, o Sócrates da nossa vergonha está a tentar montar uma estrutura totalitária e autoritária de poder.
Mas nós não vamos deixar.
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Pas fous, les Anglais
Ils sont pas fous, les Anglais.
quarta-feira, 2 de setembro de 2009
os 4 magníficos
Alberto Costa lança hoje livro escrito com o Procurador-Geral, presidente do Supremo e bastonário da Ordem dos Advogados. (Expresso)
Diz a notícia:
Durante um ano e mais ou menos uma vez por mês Alberto Costa, Noronha do Nascimento, Pinto Monteiro e Marinho e Pinto jantaram juntos e discutiram o estado da Justiça. Apesar de nem todos se darem exactamente muito bem, aceitaram o convite do ministro para escrever um livro "Justiça 2009" com o resultados das reflexões à mesa. O livro é para oferta e não vai ser posto à venda.
Estes quatro têm duas coisas em comum: a maçonaria e serem responsáveis pelo estado em que se encontra a justiça. Esta quadriga, aparelhada à carroça da injustiça, deve ficar como símbolo de que para haver justiça não chegam as estruturas: são necessárias pessoas justas, pessoas seriamente empenhadas na realização de uma justiça imparcial e igual para todos.
A Justiça faz-se com togas e becas: não se faz com aventais.
Não admira, pois, que o livro não seja posto à venda: o público não o compraria. Assim, somos todos nós, através do orçamento, a ter de o pagar.
segunda-feira, 31 de agosto de 2009
o Procurador-Geral da República
Responderia, então, perante o Parlamento e o POVO, pela política criminal e pelo combate à criminalidade, e seria destituido pelo Parlamento. A Polícia Judiciária ficaria na sua dependência directa e deixaria de ser uma Direcção-Geral do Ministério da Justiça.
O PGR teria de prestar contas, o que hoje não sucede. Explicar o que faz e, principalmente, o que não faz; porque é que constitui arguido o Dias Loureiro e não o Sócrates. Esta espécie de «legitimidade divina» do PGR é incompatível com os mais básicos princípios de democracia e só pode suscitar a maior desconfiança nos cidadãos.
Quando andava na política, fiz esta proposta e quase que me bateram.
Enfim, cada povo tem as instituições que merece.
sábado, 29 de agosto de 2009
o processo penal das pessoas importantes
Isto vem a propósito de notícias segundo as quais o processo Freeport já está «praticamente pronto» e só falta muito pouco para ser terminado. Entretanto, foram constituídos arguidos todos os próximos de Sócrates no Ministério do Ambiente, mas Sócrates não.
Não, ou ainda não? That is the question!
Vários indícios e pessoas apontam para Sócrates. Desde o célebre vídeo até as casinhas no Heron Castilho. Por isto, num inquérito competentemente e sadiamente desenvolvido Sócrates já teria sido ouvido. Não são suficientes as «declarações» que tem prestado na comunicação social. e, a ser ouvido, terá de o ser como suspeito, isto é, como arguido.
Eu sei que, enquanto for Primeiro Ministro, tal nunca sucederá, porque o processo penal português não tem «dente» para as pessoas importantes.
Mas daqui lanço um desafio ao Produrador-Geral da República: se o processo for concluído sem que Sócrates tenha sido ouvido como arguido, será a segunda maior vergonha da história do Ministério Público: a primeira foi o encobrimento no processo de Camarate. Pinto Monteiro e Cândida Almeida entrarão na celebridade... pela pior razão.
quinta-feira, 20 de agosto de 2009
lá está ela, a Manuela, a deitar pela janela...
... fast ...
Em inglês quer dizer «rápido»; em alemão significa «quase».
Pode, de vez em quando, ser utilizada no duplo sentido inglês e alemão.
Assim:
- «fast food» significa comida rápida que é quase comida;
- «fast journalism» significa jornalismo rápido que é quase jornalismo;
- «fast thinking» significa pensamento rápido que é quase pensamento...
E por aí em diante...
quarta-feira, 19 de agosto de 2009
cinema sem pipocas
Como outras rasquices americanas, as pipocas acabaram por invadir os cinemas em Portugal. É repugnante o ruído do ruminar das pipocas, os cadáveres de pipocas colados na sola do sapato com coca cola da véspera e last but not least os comentários ordinários em voz alta. Deixei de ir ao cinema. Os filmes também não entusiasmam, todos com o mesmo tipo de script e com realizações siamesas. Enfim, rasquice americana.
Vou passar a comprar vídeos de filmes bons (para ficar com eles) e alugar menos bons (para ver e restituir).
Um apelo: alguém sabe de algum cinema sem pipocas?
sexta-feira, 14 de agosto de 2009
a gripe, o tamiflu e a crise
Há zelo na criação do pânico: se ainda não houve desgraça, podem ter e certeza que vai haver em Outubro/Novembro. E eu fico desconfiado. Faz-me lembrar outros pânicos criados nos média. Recordo o «bug do milénio». Criou-se laboriosamente o pânico. O pânico fez vender milhões de computadores. No fim, o pânico não se materializou. E ficou o lucro. O lucro, no caso da gripe, está no tamiflu. Este ano não houve gripe das aves (birdflu) e venderam-se poucos antivirais. Há crise nas farmacêuticas. É preciso vender mais. Antivirais e máscaras de papel. Comprem depressa porque vão esgotar.
Deus queira que não venha mesmo nenhuma epidemia catastrófica de gripe. Até agora, foi uma gripe vulgar que não causou problemas graves. Se vier, dou a mão à palmatória. Mas estou tão desconfiado...
De qualquer maneira, é sempre bom que as autoridades preparem o país para as crises. Está tudo tão preparado contra a gripe que o vírus, se calhar, assustou-se e fugiu.
Mas, já agora, bem podiam começar a preparar o país para a crise de desemprego que aí vem. Depois do Verão, quando as fábricas e empresas que fecharam em Agosto não re-abrirem e os seus empregados passarem à condição de desempregados... Receio que sejam muitos e que o sistema não esteja preparado para tantos. Não seria bem melhor preparar o país para esta crise?
É que esta crise parece-me bem mais inexorável do que a gripe e socialmente muito mais grave. Mas esta não dá a ganhar nada a ninguém.
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Restauração da Monarquia pelo 31 da Armada
Na República das Bananas, estavam todos os macacos a comer as bananas quando - eis senão quando - a Monarquia foi restaurada pelo 31 da Armada.
O macaco Costa ainda não se demitiu, os outros macacos também não. Não deram por isso, ainda não acabaram de engolir a sua banana.
Isto é o fim da macacada!
domingo, 9 de agosto de 2009
Casa Pia
Maldita memória a minha!
sábado, 8 de agosto de 2009
the empire strikes back
PSD: Abaixo-assinado sugere a Carreiras que se demita
Um abaixo-assinado contra o presidente da Distrital do PSD de Lisboa, Carlos Carreiras já recolheu mais de uma centena de assinaturas de Delegados à Assembleia Distrital sugerindo ao dirigente social-democrata que se "cale ou se demita".
A máquina política da Manuela entrou em acção repressiva. Quer o poder total. Nos próximos dias veremos outros abaixo-assinados teleguiados contra as outras distritais que se atreveram a pensar pela sua cabeça.Isto nada tem e surpreendente: a Manuela não é inteligente, mas é rancorosa.
Só surpreende o número de assinaturas - 50 - que é ridiculamente pequeno. É claro que vão aparecer mais assinaturas. Mas era preciso publicitar já no primeiro fim de semana e lá se telefonou para a agência de comunicação para «pôr» no Expresso.
Era bem melhor que a Manuela se dedicasse mais ao País, que bem precisa, em vez de gastar toda a energia e a pouca inteligência que tem em manobras internas de poder.
sexta-feira, 7 de agosto de 2009
calábria lusitana
Esta situação política é igual à que existe na Calábria, terra que se mantém com uma economia persistentemente deprimida, enquanto os subsídios europeus vão parar às mão da máfia.
Comentando isto com uma amiga italiana, dizia ela: isto é igual à Calábria, só que aqui a máfia não mata.
Perguntei, interessado: porque? aqui a máfia é mais fraca?
E a resposta foi que não, que aqui a máfia é mais forte, não precisa de matar, está no governo.
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
votar em quem? votar em quê?
Note-se que sou fundador do PSD e continuo a ter as minhas quotas em dia; e que tudo isto me repugna e me desgosta.
Mas, por fidelidade à ideologia do PSD, partido que ajudei a fundar, não poderei votar PSD.
Uma das coisas fundamentais que retenho dessa ideologia é que se deve votar em consciência e liberdade, e nunca por obediência, por cálculo, por espírito de grupo, ou como um mal menor. Nunca se deve ceder à imposição de um voto com que não se concorda. Sejam quais forem as consequências.
É assim a cidadania.
Nada disto encontro no actual PSD, nos seus candidatos, na sua direcção.
o défice neuronal da Manuela
- 37 contra
- 5 abstenções
Foi com esta votação que a Manuela e o seu grupo impuseram as listas de candidatos com que o PSD se vai apresentar às legislativas. Vai dividido, desavindo, desunido e enfraquecido. A óptima receita para perder.
A falta de inteligência da Manuela é uma liability para o PSD. Esta era a ocasião de fazer o contrário, de incluir em vez de excluir, de unir em vez de dividir, de renovar em vez de ir buscar as velharias (uma delas é ela própria).
O PSD está in deep trouble. Não vai dizer nada de novo aos eleitores. Concorre com os cavalos cansados do Loureirismo-Barrosismo-Manuelismo e com os Santanetes. É todo o sector negocista do partido - o PSDinheiro. Não vai ter grande resultado. Nas eleições, o voto é por cabeça, não é por capital.
Enquanto não se livrar da Manuela et al, dificilmente se poderá contar com o PSD. Depois das eleições haverá muita reconstrução para fazer.
O grande derrotado: Pacheco Pereira. Perdeu a credibilidade. Passou anos a criticar o aparelhismo para se aproveitar dele logo que teve a oportunidade. Tem uma qualidade no quadro da política baixa: fala bem. Quando ao resto, está tudo dito.
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Isaltino
É claro que as sentenças criminais limitam-se àquele específico caso e não têm função pedagógica. E, por isso, não suportam, em princípio, quaisquer ilações.
Mas levam-me a pensar que seria bom criminalizar o enriquecimento ilícito (o que a última assembleia supreendentemente recusou). Assim se conseguiria tratar dos escandalosos «milagres económicos» com que alguns políticos ficaram inexplicavelmente e inexlicadamente milionários. A pena, para este crime, mais do que privativa de liberdade, deveria ter como efeito a perda a favor da Comunidade (Estado, Misericórdias ou organizações de beneficência) de todo o património cuja obtenção lícita o condenado não conseguisse demonstrar.
Assim, sim, se moralizaria a vida pública e se daria aos Cidadãos fundamento para voltarem a acreditar na seriedade das Instituições e para abandonarem aquele cepticismo persistente que está a dissolver a República.